Acadêmicos afirmam que os feitos tecnológicos conseguidos são exemplares, e que precisam de ser replicados.
A China, que apresenta um conjunto notável de grandes descobertas científicas na antiguidade, tem demonstrado novamente a sua habilidade para influenciar o mundo com as suas “quatro grandes invenções tecnológicas”: Ferrovias de alta-velocidade, pagamentos eletrônicos, bicicletas compartilhadas e comércio eletrônico.
Estas quatro inovações, presentes no dia-a-dia das pessoas do país mais populoso do mundo foram especialmente bem acolhidas entre a juventude de 20 países participantes da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, de acordo com um inquérito realizado pelo Instituto de Investigação do Cinturão e Rota da Universidade de Estudos Estrangeiros de Beijing.
“As ‘quatro grandes invenções tecnológicas’ estão todas relacionadas com a revolução tecnológica da China, que contribuiu para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, disse Wu Hao, diretor executivo do instituto supracitado.
“Já nem uso mais carteira. Posso comprar e comer o que quiser com um simples clique no meu celular”, disse Lin Jinling, um estudante de mandarim proveniente do Camboja, acrescentando que “até vendedores de rua aderiram a estas tecnologias”.
“Podemos também encomendar comida em casa, o que é extremamente conveniente. Se eu estivesse no Camboja, teria que me deslocar ao exterior”.
As bicicletas não são uma novidade, mas o modelo de compartilhamento com sistema de navegação de satélite, pagamentos móveis, big data, entre outras tecnologias, sim.
Os empreendedores chineses surpreenderam o mundo com o modelo de negócio de compartilhamento de bicicletas, incorporando todas essas tecnologias, e encontram-se agora se expandir para mercados internacionais como Singapura e Reino Unido.
A China deu entrada numa nova era de inovação, em grande parte graças às elevadas somas de capital que investiu no encorajamento à inovação, segundo Bernhard Schwartlander, representante da OMS na China.
Enquanto grande fã dos velocípedes, ele expressou também o seu gosto pelo fenômeno, referindo que “as bicicletas compartilhadas estão a trazer este meio de transporte de volta à vida das pessoas… estão a tornar os transportes públicos mais atrativos e convenientes, e a encorajar as pessoas a serem mais ativas”.
Rebacca Fannin, fundadora e editora do Silicon Dragon, realçou que a China está começando a liderar, em vários aspetos, no campo da inovação.
“É cada vez mais claro que a China está inovando, não se limitando a copiar as ideias ocidentais. Isso é especialmente óbvio nas tecnologias móveis, onde a China lidera em várias frentes, a começar desde logo... pelo aplicativo WeChat”, enfatizou.
“Isto se deve em parte ao fato da China ter colocado de parte a era do computador pessoal e migrar diretamente para o paradigma “móvel”. A China é o maior utilizador de plataformas móveis do mundo.”
Yoneyama Haruko, uma especialista do Centro de Investigação e Comunicação da China da Agência para a Ciência e Tecnologia do Japão, disse que as vidas dos chineses se tornaram mais convenientes devido à abundância e adesão massiva ao uso das tecnologias, acrescentando que o Japão tem ficado atrás face à China no campo da inovação ao longo dos últimos 10 anos.
As estatísticas revelam que o progresso tecnológico contribuiu com 56.2% para o crescimento econômico da China em 2016.
Lin Jinlong citou a sua experiência de viagem a bordo de um trem-bala na China, desde Beijing à cidade costeira de Tianjin, a mais de 100km de distância. A viagem leva apenas meia hora. No Camboja, porém, que tem apenas duas ferrovias, tal viagem levaria até 3 horas.
“Tal como diz o ditado chinês, ‘Construir estradas é o primeiro passo para sair da pobreza’. O camboja pode conseguir um melhor progresso econômico ao aplicar a tecnologia ferroviária de alta velocidade da China”, disse Lin.