Beijing, 2 ago (Xinhua) -- O setor privado da China, que foi o principal motivo de preocupação dos elaboradores de política, tem gradualmente ganhado ímpeto depois de um 2016 obscuro, na medida em que os negócios se tornaram mais otimistas no panorama do país.
No primeiro semestre do ano, os investimentos em ativos fixos pelo setor privado cresceram 7,2% anualmente, respondendo por 60,7% do total de investimentos, de acordo com dados do Departamento Nacional de Estatísticas.
O crescimento foi muito maior do que os 3,2% registrados no ano passado.
Em todo o país, 11 províncias e regiões registraram dois dígitos de crescimento no investimento privado durante o período, o que atribuído pelos analistas à melhora na demanda agregada pela estabilização econômica.
A economia chinesa expandiu 6,9% na primeira metade de 2017, melhor do que as expectativas, levando instituições globais como o Fundo Monetário Internacional a elevar as projeções do Produto Interno Bruno (PIB) chinês.
A virada em exportações também ajudou os negócios privados a investir pesado em manufatura, uma indústria que teve menos barreiras e menor intervenção do governo, de acordo com Rang Jianwei, pesquisador do Banco de Comunicações.
O comércio exterior da China cresceu a um ritmo mais rápido desde a segunda metade de 2011, com exportações denominadas em yuan aumentando anualmente 15% no primeiro semestre deste ano.
Os dados de investimento foram positivos para a economia chinesa pois as autoridades chinesas temiam sentimento pessimista no setor, que se continuasse, afetaria as projeções para a economia no longo prazo.
Desde as reformas da China nos anos 1980, os negócios privados têm assumido um maior papel em guiar o crescimento. O setor agora contribui com mais de 60% do PIB da China e provê mais de 80% do emprego.
Mas nos anos recentes, as atividades do setor se tornaram menos vibrantes devido aos ventos contrários na economia, maior custo de trabalho e material, restrições de entrada e dificuldades financeiras.
Em infraestrutura e algumas indústrias de serviços como rodovias e serviços de saúde, investidores privados têm menos chances de participar pois empresas estatais ainda dominam.
Mais preocupante, bancos e instituições financeiras têm o hábito de tender em direção aos emprestadores apoiados pelo estado devido a preocupações com riscos, tornando isso mais difícil para os investidores privados acessarem fundos.
A tendência tem alertado as autoridades, sugerindo a implementação de mais medidas para estimular as atividades.
A última ação, uma reunião do Conselho de Estado na semana passada pediu para aperfeiçoar as aprovações de projetos de investimento por investidores privados, e encorajá-los a participar dos principais projetos do "Made in China 2025", agricultura moderna, e atualização de tecnologias nas empresas.
O governo irá desenvolver mecanismos para assegurar que o investimento privado obtenha retorno razoável em projetos de Parceria Público-Privada (PPP), e o mecanismo de avaliação de crédito para empresas privadas será melhorado para facilitar a obtenção de empréstimos.
Até o final de junho, a China tinha 13.554 PPPs em todo o país com um investimento de 16,3 trilhões de yuans (US$ 2,43 trilhões), de acordo com dados do Centro de Parceria Público-Privada da China.
Enquanto os esforços têm impulsionado o investimento privado, o crescimento do setor ainda está atrás do setor estatal, que expandiu 12% nos primeiros seis meses.
"A China expandiu reformas para melhorar o ambiente de negócios para os investidores privados, para permitir que eles tenham um maior papel em facilitar a reestruturação da China", disse Zhang Jianping, funcionário do centro de pesquisa sob o Ministério do Comércio.