Nanjing, 11 set (Xinhua) -- Um comitê editorial conjunto de especialistas da China, Japão e da República da Coreia está escrevendo um novo livro de história para resistir aos esforços de se encobrir o passado militarista do Japão.

O comitê já publicou dois livros: "A História Contemporânea e Moderna de Três Países da Ásia do Leste", em 2005, e "Uma História Moderna da Ásia do Leste Além Das Fronteiras", em 2012.

Os membros do comitê, que participaram de um seminário de história em Nanjing, na Província de Jiangsu, no leste da China, disseram no domingo à Xinhua que o trabalho para o terceiro livro foi iniciado e será concluído em 2020.

Li Xizhu, pesquisador adjunto do Instituto de História Moderna da Academia Chinesa de Ciências Sociais, disse que especialistas dos três países chegaram a um consenso sobre o foco do livro.

"Vão se abordar as diferenças sobre como nós, os três países, vemos a história e respondemos ao debate atual sobre temas históricos", comentou Li.

Ueyama Yurika, membro japonês do grupo, disse que o comitê cria conteúdos conforme a prática educativa no contexto de cada país para que os livros possam ser usados mais amplamente.

Os especialistas concordam que uma percepção correta da história é a base para a reconciliação na Ásia do Leste

O acadêmico japonês Kasahara Tokushi disse que os livros escolares de história no Japão têm conteúdos cada vez menores e mais obscuros sobre o Massacre de Nanjing em 1937.

Em 13 de dezembro de 1937, as tropas japonesas ocuparam Nanjing, que naquele momento era a capital, e lançaram um massacre que durou mais de 40 dias. Mais de 300 mil soldados chineses, que tinham baixado as armas, e civis foram assassinados e cerca de 20 mil mulheres, estupradas.

Tokushi advertiu que se os professores não podem ensinar nem a imprensa pode cobrir o tema, será mais difícil para os jovens japoneses conhecerem a verdade.