Eduardo Campos
Encorajados pelas histórias de sucesso do setor da internet na China, os fundadores de 8 empresas de internet do Brasil e uma empresa de capital de risco apresentaram-se em Beijing na terça-feira.
Carlos Miro, fundador e CEO da Truckpad, disse aos possíveis investidores chineses que a sua empresa é semelhante à chinesa Didi, mas para caminhoneiros, e que tinha 600 milhões de dólares em volume de merchandise bruto em 2016 e 800,000 dólares em receitas, 1,200 a mais em termos homólogos.
De acordo com a brochura de angariação de fundos, a empresa espera juntar 5 milhões de dólares para melhorar a tecnologia e os seus produtos e apostar no setor do marketing.
Eduardo Campos, fundador e CEO da Parafuzo, disse que, na China, quando as pessoas precisam de um táxi, recorrem ao Didi, mas no Brasil usam o 99, no qual o Didi investiu. Quando se fala em comida, na China usa-se o ele.me, mas no Brasil a alternativa é o ifood.
“No Brasil, quando as pessoas querem entregas ao domicílio, elas vão à Parafuzo. Nós somos iguais ao 58.com da China”, disse Campos.
A Parafuso quer aumentar os gastos em marketing e lançar novos serviços em mais cidades, de modo a servirem até 200,000 casas por mês nos próximos 2 anos, com um volume bruto de mercadorias anual de 75 milhões de dólares e uma receita mensal de 15 milhões.
“Nessa altura poderemos ser uma empresa de 200 milhões de dólares”, disse o empreendedor. De acordo com a brochura da Parafuzo, a empresa, criada em 2014, tinha em 2016 um valor bruto de mercadorias de 2,93 milhões de dólares, 433 milhões em receita líquida e 333 milhões em perdas líquidas.
“Há um mercado de 30 bilhões em serviços domésticos no brasil apenas, e 100 bihões na América Latina. Mas atualmente 99% do mercado é ainda offline”, podia ler-se na brochura da Parafuzo.
O folheto demonstra também que a empresa, que entretanto conseguiu 3 ofertas de aquisição, espera obter uma oferta pública inicial em 5 a 7 anos. Para financiamento serial B, a sua meta são os 10 milhões de dólares.
“Achamos que somos parecidos com a China e é por isso que viemos aqui para garantir financiamento, e não aos EUA”, disse Arthur Brennand, ao cargo do departamento de business development na Parafuso, ao jornal China Daily. Ele acrescentou que esta é a segunda viagem à China. Durante a primeira viagem, que foi essencialmente de lazer, ele e outros executivos da empresa visitaram algumas firmas chinesas, incluindo o Alibaba.