GENEBRA, 10 de out (Diário do Povo Online) -- Globalmente, a perspetiva econômica está melhorando, contudo, em várias regiões, as taxas de crescimento continuam abaixo do nível necessário para o rápido progresso e alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, aponta um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), publicado na segunda-feira.
"Mais de 201 milhões de trabalhadores em todo o mundo estão atualmente desempregados, um aumento de 3,4 milhões em relação a 2016. A taxa de desemprego global é de 5,8%, e não deverá diminuir em breve", afirma o relatório.
O documento revela que o ambiente global e regional para as empresas tem evoluído de forma constante desde 2008.
"Os impactos do menor crescimento econômico e do comércio nas cadeias de suprimentos globais e as consequentes preocupações sobre a quantidade e qualidade do trabalho são importantes nas agendas de muitos países", afirmou o relatório.
Outras tendências importantes, como as mudanças tecnológicas e inovações, estão moldando o mundo do trabalho com novas e diferentes formas, complicando o ambiente de crise pós-2008.
O relatório, intitulado “World Employment and Social Outlook 2017” (Perspetivas Mundiais Sociais e de Empregabilidade 2017), examina como as empresas - como o motor da criação de emprego - foram afetadas e responderam a esses desenvolvimentos.
O estudo analisa, em particular, as implicações desses desenvolvimentos no desempenho e na dinâmica do trabalho, considerando como as políticas apoiam as empresas e o ambiente em que elas operam e a forma como estas podem ajudar a criar mais e melhores empregos e, por sua vez, um crescimento inclusivo e sustentável.
O relatório refere que apesar de alguns progressos realizados nas últimas décadas, cerca de 780 milhões de trabalhadores em países emergentes e em desenvolvimento vivem ainda em condições de extrema ou moderada pobreza.
Além disso, mais de 1,4 bilhão de trabalhadores em todo o mundo têm um emprego considerado vulnerável, um valor que tem vindo a aumentar em cerca de 11 milhões a cada ano, pode ler-se no relatório.
"Esta situação representa grandes desafios, pois esses trabalhadores têm menos probabilidades de ter empregos fixos com salário regular e acesso à proteção social", aponta o relatório, destacando que, no futuro, o mundo ainda enfrentará grandes défices de trabalho digno.
