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Cientistas cubanos negam ataques sônicos contra diplomatas dos EUA

Fonte: Xinhua    27.10.2017 16h12

Havana, 27 out (Xinhua) -- Dois cientistas cubanos negaram as acusações de que Cuba atacou diplomatas americanos e suas famílias em Havana com ataques sônicos, dizendo que isto era uma desculpa para prejudicar as relações.

"O que está sendo publicado pela mídia está cheio de falsidades e ignorância de uma perspectiva da física," disse Daniel Stolik Novygrod, professor da Universidade de Havana, no jornal Juventud Rebelde, na quinta-feira.

Ele foi apoiado por Carlos Barcelo Perez, professor do Instituto de Higiene, Epidemiologia e Microbiologia, que disse que esse ataque é "categoricamente impossível."

Ambos os especialistas concordaram que os eventos não poderiam ter ocorrido nos quartos do Hotel Capri, onde alguns dos ataques foram reportados, ou em residências diplomáticas, sem serem ouvidos pelos vizinhos.

Stolik Novygrod explicou que a frequência de tais ataques sônicos não poderia ter sido infrassônica, pois estes são mais baixos do que o ouvido humano pode detectar e as vítimas alegaram ter ouvido os sons. Da mesma forma, eles não poderiam ter sido ultrassom porque estes são usados ​​em medicina, sem prejudicar a audição daqueles que os utilizam.

De acordo com o governo dos EUA, 24 diplomatas e parentes sofreram ataques sônicos, desde novembro de 2016 causando problemas de audição, equilíbrio, visão e até perda de memória.

Os dois cientistas disseram que as frequências de infrassom e ultrassom não podem ser facilmente direcionadas. Elas tendem a se espalhar em todas as direções, tornando impossível direcioná-las a um único indivíduo em uma sala.

"Pode haver muitas hipóteses, mas as características físicas nos permitem dizer que não foi um ataque sônico," disse Stolik Novygrod.

Ele sugeriu que uma opção poderia ser a arma sônica conhecida como Dispositivo Acústico de Longo Alcance (LRAD), um dispositivo acústico que pode emitir sons a grandes distâncias, que tem sido utilizado nos EUA para dispersar protestos, mas um LRAD teria afetado vários edifícios inteiros, e também não poderia ser direcionado tão especificamente.

No início de outubro, os EUA expulsaram 15 diplomatas cubanos, depois de reduzir sua própria presença diplomática em Havana após o suposto ataque sônico.

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