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Cientistas podem descobrir planetas escondidos em torno de estrela próxima

Fonte: Xinhua    07.11.2017 08h55

Los Angeles, 7 nov (Xinhua) -- Uma equipe internacional de astrônomos descobriu emissão de nuvens de poeira cósmica fria ao redor do exoplaneta Proxima b, descoberto em 2016 e o mais próximo do Sistema Solar, e acredita-se que pode haver mais planetas ocultos ainda não descobertos.

"A poeira em torno de Proxima é importante porque, após a descoberta do exoplaneta Proxima b, é a primeira indicação da presença de um elaborado sistema planetário, e não apenas de um único planeta, em torno da estrela mais próxima do nosso Sol," Guillem Anglada, o principal autor do novo estudo, disse em um comunicado de imprensa.

Os cinturões de poeira são restos de material que não se formaram em corpos maiores, como planetas. As partículas de rocha e gelo nesses cinturões variam em tamanho a partir do menor grão de poeira, menor que um milímetro, até corpos semelhantes a asteroides, de muitos quilômetros de diâmetro.

A Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol, é um fraco anão vermelho a apenas quatro anos-luz de distância na constelação do sul de Centaurus (O Centauro).

De acordo com as novas observações do Atacama Large Millimeter Array (ALMA), detalhadas em um estudo para aparecer em Astrophysical Journal Letters, a poeira parece estar em um cinturão que se estende a algumas centenas de milhões de quilômetros de Proxima Centauri e tem uma massa total de cerca de 100 vezes a massa da Terra. Este cinturão é estimado a ter uma temperatura de cerca de -230 graus Celsius, tão frio quanto o do Cinturão de Kuiper no sistema solar externo.

Há também sugestões nos dados ALMA de um outro cinturão de poeira ainda cerca de dez vezes mais frio. Se confirmado, a natureza de um cinturão externo é intrigante, dado o seu ambiente muito frio longe de uma estrela que é mais fria e mais fraca do que o Sol. Ambos os cinturões estão muito mais longe de Proxima Centauri do que o planeta Proxima b, que orbita a apenas quatro milhões de quilômetros da sua estrela principal.

O co-autor Pedro Amado, do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (CSIC), Granada, Espanha, explica que esta observação é apenas o começo.

"Esses primeiros resultados mostram que a ALMA pode detectar estruturas de poeira orbitando em torno de Proxima. Outras observações nos darão uma imagem mais detalhada do sistema planetário de Proxima. Em combinação com o estudo de discos protoplanetários em torno de estrelas jovens, muitos dos detalhes dos processos que levaram para a formação da Terra e do Sistema Solar cerca de 4600 milhões de anos atrás será revelado. O que estamos vendo agora é apenas o aperitivo em comparação com o que está por vir," Amado explica as implicações da descoberta.

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