Ruan Zongze
A convite do presidente chinês Xi Jinping, o seu homólogo norte-americano Donald Trump irá iniciar uma visita de Estado à China na quarta-feira. Trump é o primeiro chefe do Estado a visitar o gigante asiático após o 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCCh). Em meio dos desenvolvimentos e complexidade da situação internacional, a relação entre as duas potências encara novas oportunidades históricas.
A entrada do socialismo com características chinesas na nova era e a reeleição de Xi Jinping para o cargo de secretário-geral do PCCh são acontecimentos que reforçam a importância e dimensão do diálogo entre Xi e Trump, bem como a diplomacia entre as duas potências.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou que o encontro entre os dois chefes de Estado “definirá a direção das relações sino-estadunidenses para os próximos 50 anos”.
Os dois líderes sincronizarão relações bilaterais e questões estratégicas de interesse comum, tanto a nível regional, como no cenário mundial, o que é significativo para a promoção da paz, estabilidade e prosperidade da Ásia-Pacífico e do resto do mundo.
No dia seguinte ao encerramento do Congresso do PCCh, Trump comunicou a Xi via telefônica ter seguido de perto o Congresso e as políticas anunciadas no evento. Em uma entrevista à Fox News, o chefe do gabinete da Casa Branca, John Kelly, afirmou que a China é um país poderoso, mas que isso não faz dele inimigo dos EUA.
Pode-se dizer que o reconhecimento mútuo entre a China e os EUA é a cada dia mais aprofundo, bem como a confiança no futuro das relações bilaterais.
As relações sino-americanas deram entrada em uma nova fase de coordenação equilibrada. Desde a tomada de posse de Trump em janeiro, as relações entre os dois países realizaram uma transição estável, com uma comunicação frequente entre os dois chefes de Estado.
Desde o encontro no clube Mar-a-Lago até à visita de Estado à China, Xi e Trump preparam-se para somar três reuniões e 8 conversas por telefone até à data. Simultaneamente, os dois países iniciaram a primeira rodada de quatro diálogos de alto nível, incidindo em temas como: segurança, economia, sociedade, execução de leis e segurança cibernética.
Enquanto isso, a China tem vindo a desempenhar um papel a cada dia mais influente nas relações com os EUA, impulsionando os laços bilaterais rumo à implementação de um novo tipo de relações internacionais pautadas pelo respeito mútuo, justiça, imparcialidade e cooperação de benefício recíproco.
O desenvolvimento da China é, em suma, uma oportunidade tanto para os EUA como para o mundo. A China está aprofundando a sua reforma integral, atribuindo prevalência à sua estratégia da abertura com base no benefício mútuo. Historicamente, os laços sino-americanos estão sincronizados com a reforma e abertura da China e com as diretrizes estratégicas da liderança dos dois países.
Um relacionamento estável e forte entre os dois países será o maior “contributo público” dos dois países em prol da paz e do desenvolvimento mundial no século XXI.
(O autor é o vice-diretor e pesquisador da Academia Chinesa de Estudos Internacionais)