O projeto iniciado pela Terrafugia pode transformar-se de avião em carro em apenas um minuto.
O grupo Zhejiang Geely informou na segunda-feira que lançará o primeiro carro voador em 2019 nos EUA, após a aquisição da Starfishing Terrafugia, com sede em Massachusetts — a pioneira no desenvolvimento de tais veículos.
A Geely informou que irá adquirir todas as operações e ativos da Terrafugia e que trabalhará no sentido de obter todas as aprovações necessárias para o negócio, incluindo o aval do Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos.
Fundada em 2006 por cinco graduados do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, a Terrafugia lançou o seu primeiro modelo de carro voador em 2012, com um preço base estimado em 279 mil dólares.
Em 2013, a empresa divulgou o projeto para o modelo TF-X, o primeiro carro voador do mundo capaz de decolar e aterrissar verticalmente.
Espera-se que este veículo esteja disponível até 2023.
A Geely informou também que irá impulsionar o investimento nos carros voadores e criar mais empregos na Terrafugia, após a conclusão do negócio.
No entanto, a curto prazo, o veículo não será disponibilizado no mercado chinês, devido aos regulamentos vigentes no país para voos de baixa altitude.
Li Shufu, fundador e presidente do Grupo Geely, considera os automóveis voadores como a solução final para a mobilidade.
As “operações internacionais do grupo” e o “historial de inovação” tornarão o carro voador uma realidade comercial, afiançou.
O novo presidente da Terrafugia, Chris Jaran, disse que a primeira prioridade será a expanção das capacidades de investigação e desenvolvimento da empresa.
O gigante tecnológico Tencent Holdings liderou o financiamento de 90 milhões de dólares na Lilium, uma startup alemã de carros voadores.
Outros líderes da indústria, como a Airbus, Toyota, Uber e Google, entraram também na área, já que se acredita que esta será a tendência pós-condução autônoma.
Yale Zhang, diretor-gerente da empresa de consultoria Automotive Foresight, com sede em Shanghai, admitiu que estes automóveis ajudarão na redução de engarrafamentos, mas deixou a ressalva de que é um projeto ainda longe da realidade.
"O principal problema é a tecnologia. Eles têm que se apressar, mas ao mesmo tempo torná-lo acessível. Se custam 2 milhões de dólares, não significam nada para o público. E, depois, ainda há a legislação", referiu.
John Zeng, o diretor-gerente da LMC Automotive Shanghai, afirmou que estes carros podem ser mais fáceis de promover na América do Norte, onde há pouco controle sobre os voos e a população é menor.
"Mas será difícil imaginar carros a voarem a qualquer momento em cidades chinesas densamente povoadas, como Beijing ou Shanghai", disse.
"Mas não é surpresa que a Geely esteja investindo nisso. Muitos fabricantes de automóveis, perante desafios provocados por carros elétricos e pela condução autônoma, estão fazendo investimentos em tecnologias de ponta, já que o futuro está se tornando cada vez mais incerto", acrescentou.