BEIJING, 12 de dez (Diário do Povo Online) – O sobrevivente mais velho do Massacre de Nanjing morreu no domingo (10), sendo que restam agora menos de 100 sobreviventes, disse na segunda-feira (11) o Salão Memorial das Vítimas no Massacre de Nanjing.
Vários líderes do país assistirão amanhã (13) a uma cerimônia pública no Salão Memorial das Vítimas no Massacre de Nanjing pelos Invasores Japoneses.
Guan Guangjing morreu aos 100 anos, três dias antes do Dia Nacional em Memória das Vítimas do Massacre de Nanjing.
Guan ofereceu um testemunho verbal no livro “Evidências Irrefutáveis, um Livro de Memórias do Bombardeamento de Lishui Causado por Invasores Japoneses”, publicado pela Nanjing Press em novembro de 2016. O livro compilou vários testemunhos orais de 31 sobreviventes do bombardeamento no distrito de Lishui, em Nanjing, no dia 29 de novembro de 1937, que deixou mais de 1.200 mortos.
Guan disse no livro que se escondera sob um rochedo durante o bombardeamento e testemunhou os seus vizinhos, incluindo quatro gerações de uma família, sendo mortos.
Guan conseguiu sobreviver mais tarde ao massacre, no qual mais de 300 mil chineses foram mortos pelos invasores japoneses, quando Nanjing, a então capital chinesa, foi ocupada em dezembro de 1937.
De acordo com oficiais do salão memorial, Guan disse que testemunhou por várias vezes os invasores japoneses a pôr termo à vida dos locais.
O Dia Nacional em Memória das Vítimas do Massacre de Nanjing ocorre anualmente no dia 13 de dezembro. Este ano assinala-se a passagem de 80 anos do incidente.
Zhang Sheng, professor de história na Universidade de Nanjing, disse que apenas cerca de metade dos mais de 90 sobreviventes têm a capacidade de se expressar com lucidez, pois a maioria deles tem mais de 85 anos de idade.
Wu Lisong, professor de história na Universidade de Nanjing, disse que a população acreditava que o sofrimento dos sobreviventes seria aliviado com o tempo, mas entende agora que se perpetua para toda a vida.
“Alguns sobreviventes ficam assustados quando veem atores vestindo uniformes militares japoneses na tela de TV. Alguns ficam mesmo perturbados quando as pessoas mencionam esses anos”, disse Wu, que liderou um projeto de compilação de testemunhos orais dos sobreviventes desde setembro de 2016.
“Nem uma desculpa ou compensação podem reverter os traumas das vítimas e dos sobreviventes. Porém temos de restabelecer a verdade da história e firmar um ponto de partida para a reconciliação”, acrescentou.