Cidade do México, 17 jan (Xinhua) -- A América Latina e a China devem intensificar os esforços para aprofundar sua agenda de cooperação de curto e médio prazo para impulsionar os laços bilaterais, disseram especialistas mexicanos.
"A América Latina e a China estão com fome de verdadeiros avanços em questões comerciais, econômicas, culturais e acadêmicas", disse em entrevista à Xinhua Enrique Dussel, coordenador do Centro de Estudos China-México (Cechimex) da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM).
A capital chilena de Santiago está atualmente se preparando para sediar a segunda reunião ministerial no âmbito do Fórum China-CELAC. A CELAC, abreviação para Comunidade dos Estados da América Latina e do Caribe, é o maior bloco da região.
Dussel descreveu o fórum como a principal ferramenta para aproximar a CELAC e a China, que já ajudou a criar uma dúzia de propostas para melhorar as zonas econômicas, o comércio, o investimento, a ciência e a tecnologia, a educação e assim por diante.
Ambos os lados precisam criar comissões especializadas para seguir nessas áreas, bem como nos setores acadêmico e empresarial, acrescentou o especialista.
"Precisamos de resultados imediatos e devemos aumentar a cooperação", disse Dussel.
Sergio Ley, empresário mexicano e ex-diplomata, ecoou as opiniões de Dussel, dizendo que os laços da China-CELAC precisam de "uma visão mais completa".
Na opinião da Ley, a segunda reunião ministerial será "muito útil" para marcar um novo começo, bem como melhorar o "conhecimento da região" da China.
Os vínculos comerciais precisam avançar além das matérias-primas e o desenvolvimento integral deve ser buscado com base no comércio e cooperação, disse Ley, que foi ex-embaixador do México na China de 2001 a 2007.
A América Latina e o Caribe "poderiam ser um elo importante" na Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China, acrescentou Ley.
O ex-diplomata acreditou que este será um tema importante no próximo fórum em Santiago.
"A Iniciativa do Cinturão e Rota é o plano mais importante feito pela China", disse ele, acrescentando que o México tem uma longa história de troca comercial e cultural com a China.
"Somos parte desta antiga estrada da seda marítima. Como temos essa tradição, queremos recuperá-la, não só como uma tradição, mas como parte desta era moderna da Estrada Econômica da Seda e da Estrada da Seda Marítima do século 21, "Ley acrescentou.
Dussel também disse que a conectividade é fundamental para a Iniciativa do Cinturão e Rota, e é por isso que a China vem ajudando a investir em projetos de infraestrutura em toda a região.
"Esta é a oferta internacional mais sofisticada que a China fez desde 2013", afirmou o acadêmico.