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Líderes europeus pedem por Europa mais forte em Davos

Fonte: Xinhua    26.01.2018 08h25

Davos, Suíça, 24 jan (Xinhua) -- A França e a Alemanha defenderam na quarta-feira, unanimemente, uma posição coletiva sobre a construção de uma Europa mais forte, em meio ao medo de que surjam mais divisões de ideias entre os dois lados do Atlântico, com a primeira participação do presidente dos EUA, Donald Trump, em Davos.

"A França está de volta. A França está de volta ao centro da Europa, porque nunca teremos sucesso na França sem um sucesso da Europa", afirmou o presidente francês, Emannual Macron, em um discurso de destaque durante o Fórum Econômico Mundial deste ano.

"Todas essas iniciativas e reformas têm uma contrapartida natural que é estratégia europeia", afirmou, pedindo mais "ambição" à União Europeia (UE).

"Aqueles que não querem avançar não devem bloquear os mais ambiciosos", acrescentou.

A "UE deve encontrar seu papel em um mundo globalizado e colocar a coesão social acima de uma obsessão frequentemente observada com o crescimento", ressaltou, pedindo uma estratégia de 10 anos da UE que liste objetivos comuns nas áreas de meio ambiente, energia, coesão social e defesa.

A França e a Alemanha tradicionalmente foram consideradas como a força motriz por trás da integração europeia, mas o Brexit e os direitos remotos crescentes no continente lançaram sombras em seus esforços até certo ponto.

Fazendo eco a Macron em seu discurso na quarta-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, também falou sobre sua visão para o futuro da Europa, dizendo que a UE "precisa assumir mais responsabilidade, precisamos levar nosso destino em nossas próprias mãos".

"O multilateralismo está sob ameaça e nós realmente aprendemos as lições da história? Nós realmente não aprendemos", disse ela, pedindo uma cooperação mais estreita na UE para resolver problemas na Europa.

Mais especificamente, Merkel pediu mais ações de digitalização em vez de "debater questões filosóficas", dizendo que a UE demora muito para decidir como lidar com grandes dados, o que atrasa a Europa.

"Agora temos que reorientar as políticas econômicas, criando um mercado único digital", ressaltou, lembrando que a Europa está sob grande pressão devido à presença de grandes empresas americanas.

Enquanto isso, Merkel também pediu esforços para enfrentar o mercado de capitais fraturado, estabelecendo sindicatos de mercados de capitais, além de completar a união bancária, de modo a enfrentar a crise em um estágio inicial.

Após uma série de eventos inesperados no cenário global, incluindo o Brexit e a eleição de Trump como presidente dos EUA, a atenção do mundo está focada na França e na Alemanha, imaginando como responderão ao aumento do populismo, proteção e sentimentos contra a globalização na Europa.

Apesar das declarações de boas intenções entre Paris e Berlim, alguns meios de comunicação alertaram que Macron e Merkel poderiam ter imaginado diferentes estruturas na UE, o que poderia colocar os dois países em desacordo.

Der Spiegel, uma revista de notícias semanais alemã, disse anteriormente que Macron há muito queria uma união que ofereça maiores poderes a Bruxelas, em vez de ver Berlim "dirigir a roda".

A nova estrela da política europeia sugeriu anteriormente o estabelecimento de um cargo ministerial das finanças europeias e um orçamento para a zona do euro, algo amplamente visto como uma tentativa de transferir mais legitimidade dos governos nacionais para a UE, o que pode levantar preocupações em Berlim.

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