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Ex-estudante angolano que abandonou escola dança na China

Fonte: Xinhua    06.02.2018 09h16

Beijing, 6 fev (Xinhua) -- No palco de um grande teatro chinês em Beijing, José Lourenço e seus estudantes acenderam a paixão de toda a audiência com a dança tradicional angolana em 29 de janeiro.

Quem poderia imaginar que um menino pobre de uma vez poder chegar ao palco quase todos os anos para participar da gala anual de sua escola na China?

Quatro anos atrás, quando Lourenço foi obrigado a abandonar a escola devido à pobreza, ele passou muito tempo nas ruas vendendo mercadorias baratas para aumentar a receita da família.

Apesar de ser um excelente estudante na escola primária, ele não tinha conhecimentos profissionais e foi designado a uma vida difícil.

E depois, algo aconteceu que, segundo o angolano de 25 anos, mudou seu destino.

Em 2014, o premiê chinês Li Keqiang visitou Angola como parte de sua visita a quatro países africanos e inaugurou a Escola Vocacional BN (BNVS, em inglês) na capital angolana de Luanda.

Fundada em Beijing em 2005 como uma escola não lucrativa para ensinar habilidades às crianças de trabalhadores migrantes, a BNVS tem atualmente nove sucursais na China e uma em Angola, BNVS Angola, que é cofinanciada pelos lados chinês e angolano.

Lourenço participou da escola e o treinamento de um ano tornou-o uma pessoa proficiente em computador e confiante. Como um dos primeiros graduados da escola em Angola, ele foi admitido pelo seu desempenho notável em estudo e outras áreas e agora é um professor de computador no local.

O jovem de 183 centímetros de altura é versátil em cantar, dançar e pintar, portanto, ele apresentou seus talentos individualmente ou coletivamente em muitas ocasiões na gala anual da BNVS realizada em Beijing, em nome da BNVS Angola, que está impulsionando a educação vocacional no país no sul da África e apoiando uma força do trabalho jovem e experiente que pode contribuir ao desenvolvimento econômico de seu país.

"Nunca sonhava de continuar meus estudos", disse Lourenço à Xinhua. "Mas a China e a BNVS me salvaram de uma vida de vendedor na rua", assinalou ele, acrescentando que seu destino foi mudado pela BNVS, que o ajudou a integrar-se no mercado de força do trabalho.

"Nunca sonhava de ser capaz de ter um trabalho decente como esse em uma escola tão respeitada", disse ele.

Com seu salário de US$ 4,2 mil por ano, ele pode ajudar seus pais e seis irmãos a viver uma vida melhor. Apesar que o 7º maior país na África conta com vastas reservas de petróleo e minerais, a receita bruta nacional per capita de Angola, de acordo com o Bando Mundial, era apenas US$ 3.450 em 2016.

"Um trabalho significa esperança", disse o premiê chinês aos estudantes na abertura oficial da escola de caridade. Naquele dia, cerca de 70 jovens angolanos das famílias de baixo rendimento, que poderia receber treinamento para tornar-se eletricistas, pedreiros e operadores mecânicos, incluindo Lourenço, foram inspirados com esperança para um futuro melhor.

Até agora, cerca de 300 estudantes locais se graduaram da escola, com mais de 70% deles conseguindo empregos.

Lourenço, um dos beneficiários do modelo da BNVS, é um exemplo vívido da ajuda da China para aliviar a pobreza no exterior através de construção de habilidades, como parte da visão do mundo como uma comunidade de futuro compartilhado e o esforço para buscar o desenvolvimento comum.

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