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Guterres reafirma, “China é um pilar do multilateralismo” [vídeo]

Fonte: Diário do Povo Online    10.04.2018 14h19

Antes de rumar a Hainan para participar do Fórum Boao para a Ásia, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário do Povo, em Beijing, nesta segunda-feira.

Referindo a conversa mantida com o presidente Xi Jinping no dia anterior, Guterres classificou a reunião como produtiva: “Penso que a reunião demonstrou que o presidente Xi e eu, ambos estamos em sintonia perante os problemas mais complexos do mundo de hoje”.

Afirmando que a globalização é “irreversível”, Guterres defende que não é correto adotar medidas protecionistas ou isolacionistas. “A resposta aos problemas [causados pela globalização] é um maior multilateralismo, maior governança global e mais capacidade de trabalhar em conjunto”.

No que diz respeito à iniciativa chinesa de construir uma comunidade de destino comum da humanidade, proposta pelo presidente Xi, Guterres afirmou que esta “é uma contribuição importante não apenas para a China, mas para comunidade internacional como um todo”.

“A China é um apoiante muito sólido da ONU e um pilar do multilateralismo”, reiterou o secretário-geral, dizendo que a reforma da ONU em processo objetiva elevar a eficiência da instituição para melhor servir a humanidade.

Guterres elogiou ainda o contributo chinês para as operações de manutenção da paz da China. “Se houver um símbolo da ONU, será o capacete azul (…) 2400 capacetes azuis são chineses. Eles arriscam as suas vidas para proteger as vidas de populações vulneráveis em circunstâncias difíceis em muitos lugares perigosos do mundo”.

“Sou muito grato ao compromisso da China com a manutenção da paz, não apenas pelos números. A China é o segundo provedor dos recursos financeiros para a manutenção da paz no mundo. O país tem também uma força de oito mil pessoas pronta para ser destacada em circunstâncias cruciais sempre que se justifique”.

Após a entrevista, Guterres tinha em agenda uma visita a um centro de treinamento policial de manutenção de paz.

Quanto à questão da Península Coreana, Guterres considerou que a China tem um papel central, e que esse papel será intensificado no futuro, de modo a garantir o objetivo comum de ter uma Península Coreana desnuclearizada, pacífica e inserida no contexto da segurança regional.

“Agora, a verdade é que a RPDC e os EUA não confiam um no outro e, neste contexto, o papel da China é absolutamente fundamental”. Para Guterres, a China age como um fiador, permitindo que essas conversações possam levar a um resultado positivo.

“Se a Península não ficasse aqui, se fosse no Pacífico Sul ou em algum lugar em África, a guerra já teria acontecido”.

Com a aproximação da China ao centro do cenário mundial, cada dia mais jovens chineses demonstram entusiasmo em poder participar das atividades da ONU, sobretudo nas mudanças climáticas, proteção do meio ambiente e ações humanitárias.

Guterres referiu que é importante haver uma sociedade civil e espírito de cidadania fortes, e que as populações estejam a cada dia mais envolvidas nos assuntos públicos. Apreciando os esforços dos jovens e celebridades chineses, Guterres afirmou esperar que essa tendência se intensifique a cada dia, em prol da sociedade do país e do resto do mundo. 

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