Beijing assegurou que irá tomar medidas adicionais para salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial no caso dos separatistas de Taiwan continuarem realizando atividades de secessão. Assim alertou uma importante autoridade do continente na quarta-feira, após a realização recente de exercícios militares no Estreito de Taiwan.
Ma Xiaoguang, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, comentou a situação em resposta a uma pergunta durante uma coletiva de imprensa sobre se o uso de "força militar para a reunificação" deveria ser empregue.
"Os recentes exercícios realizados pelo Exército de Libertação Popular (ELP) enviaram uma mensagem explícita e clara. O nosso objetivo é alcançar a reunificação pacífica, mas temos a determinação, a confiança e a capacidade de derrotar qualquer tentativa secessionista, por forma a salvaguardar a soberania nacional e a integridade territorial", respondeu Ma.
Na semana passada, as forças terrestre e aérea do ELP realizaram exercícios de fogo real e várias operações de treinamento no Estreito de Taiwan.
Ma disse que os treinos têm como alvo uma fação a favor da "independência de Taiwan", e que o governo almeja uma relação pacífica e estável, bem como a proteção dos interesses comuns das pessoas de ambos os lados do Estreito.
"O exercício com fogo real é um aviso aos Estados Unidos, a Tsai Ing-wen e a Lai Chingte", disse Wang Hailiang, pesquisador de estudos de Taiwan da Academia de Ciências Sociais de Shanghai.
Tsai é a "presidente" da ilha e Lai o "primeiro-ministro".
"A mensagem é clara. A declaração feita pelo Escritório dos Assuntos de Taiwan é muito incisiva e envia um sinal forte e claro. Outras atividades militares adicionais poderão ser realizadas nas proximidades de Taiwan, se a tensão aumentar", acrescentou.
Um conjunto de eventos militares e políticos entre os EUA e a ilha – tal como o destacamento de unidades do Corpo de Fuzileiros dos Estados Unidos para protegerem o novo local do Instituto Americano em Taiwan (AIT na sigla inglesa) – ocorrerão em maio e junho, disse Wang.
“A China sempre se opôs a que os países com relações diplomáticas com a China estabelecessem qualquer tipo de conexão oficial ou militar com Taiwan", afirmou Ma, em resposta a comentários de que os fuzileiros dos EUA poderão proteger o AIT.