Istambul, 19 mai (Xinhua) -- Mais de 200 mil turcos foram às ruas de Istambul, na sexta-feira, para uma manifestação maciça denunciando as mortes de mais de 60 palestinos pelas forças israelenses durante protestos contra a abertura da embaixada dos EUA em Jerusalém no início desta semana.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e alguns delegados, em reunião extraordinária da Organização da Cooperação Islâmica (OCI), se juntaram às manifestações na Praça Yenikapi, onde bandeiras turcas e palestinas foram acenadas pela multidão.
Dirigindo-se à manifestação, o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah, pediu ao mundo e aos países islâmicos que protejam Jerusalém, cujo status é uma questão espinhosa no longo conflito entre israelenses e palestinos.
"Devemos continuar nosso caminho preservando a identidade de Jerusalém", disse Hamdallah.
Em seu discurso, Erdogan disse que não apenas o mundo islâmico, mas o mundo inteiro falhou na causa de Jerusalém.
"Sendo uma mera espectadora de todas as ações injustas e ilegais de Israel, as Nações Unidas tacitamente tornaram-se parte desta opressão", o presidente observou, culpando a ONU por não tomar uma posição firme contra a iniciativa da embaixada de Washington.
"Jerusalém não é apenas uma cidade. Jerusalém é um símbolo, um teste, uma qibla", enfatizou, conclamando o povo israelense a tomar medidas contra o "desastre" contra o qual seu governo as está arrastando.
A Turquia, entre outros, lembrou seus embaixadores de Tel Aviv e Washington e pediu uma reunião urgente da OIC (Organização para a Cooperação Islâmica) em resposta à posse da embaixada dos EUA em Jerusalém e ao assassinato de palestinos nas mãos de forças israelenses na segunda-feira.
Durante a manifestação em Istambul, a multidão cantou frases como "A Palestina não está sozinha" e "Nós nos posicionamos por Jerusalém", carregando cartazes que diziam: "O mundo é cego, o mundo é surdo".
"Viemos aqui para mostrar nossa solidariedade aos nossos irmãos palestinos", disse Kadir Akkaya. "Queremos ser a voz dos palestinos e torná-los ouvidos pelo mundo".
Abdullah Ozkan, outro manifestante, exortou o mundo a condenar Israel da maneira mais forte possível.
"Eles devem fazer o que for necessário para acabar com a violência de Israel e aplicar as regras internacionais", disse ele à Xinhua.
Outro comício em massa está marcado para domingo em Diyarbakir, no sudeste da Turquia.
A Turquia espera que a reunião da OIC produza uma ação conjunta contra o uso de força letal por Israel contra palestinos desarmados.