Especialistas: Acordo entre China e EUA não afetará importações europeias

Fonte: Diário do Povo Online    24.05.2018 13h32

Um acordo alcançado entre a China e os EUA alusivo às suas disputas comerciais gerou inquietação entre alguns dos parceiros comerciais da China, especialmente os da Europa, que temem que as consequências de um possível acordo China-EUA possam se alastrar à Europa. Os especialistas chineses, contudo, dissiparam essa possibilidade.

Com uma classe média crescente e um governo interessado em abrir ainda mais o mercado chinês a bens e serviços estrangeiros, a China oferece oportunidades abundantes para todos os seus parceiros comerciais, desde que os seus produtos sejam competitivos, segundo observaram os especialistas na terça-feira (22).

Após um anúncio das autoridades chinesas e americanas de um acordo de cessar-fogo que inclui a promessa da China de aumentar as importações dos EUA, algumas autoridades europeias alertaram que o acordo poderia prejudicar a Europa.

Na segunda-feira, o jornal alemão Süddeutsche Zeitung afirmou em uma reportagem que a promessa da China de comprar mais produtos americanos poderia acarretar uma menor demanda por produtos alemães.

Em uma declaração ao Global Times na terça-feira, Chantal Hughes, porta-voz do Ministério da Economia e Finanças da França, afirmou que, embora o ministério não comente sobre um possível acordo sino-americano, insiste que qualquer esforço para reduzir o déficit comercial dos EUA deve "respeitar as regras internacionais".

Wang Jun, vice-diretor do Departamento de Informação do Centro de Intercâmbio Econômico Internacional da China, disse que as autoridades européias estão reagindo de forma exagerada ao acordo.

"Pode haver algum impacto, mas não há necessidade de exagerar", disse Wang nesta terça-feira, observando que o plano da China de importar mais produtos agrícolas e de energia dos EUA tem "pouca repercussão" nos países europeus.

Em termos de produtos agrícolas e energéticos, a América do Sul e o Oriente Médio podem ser afetados, se a China começar a comprar mais dos EUA, disse Wang.

Mesmo assim, um possível acordo não significa que o massivo mercado chinês seja fechado para outros parceiros comerciais, segundo Chen Fengying, especialista dos Institutos de Relações Internacionais Contemporâneas da China.

"A demanda da China por produtos estrangeiros é enorme e continua crescendo a um ritmo rápido. O 'bolo' é suficiente para ser compartilhado", disse Chen.

A China poderia importar até US $ 10 trilhões em bens e serviços estrangeiros até 2022, informou o Ministério do Comércio da China em novembro.

(Web editor: 张睿, editor)

Artigos Relacionados

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos