Kim Jong Un, presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia (WPK, na sigla inglesa) e presidente da Comissão de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) chegou a Singapura no domingo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a Singapura no domingo, expressando otimismo em relação à cúpula de terça-feira com Kim Jong-un, líder da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) sobre a melhoria dos laços e a desnuclearização da península coreana.
O Air Force One de Trump aterrissou na Base Aérea de Paya Lebar, em Singapura, na noite de domingo, cerca de seis horas depois da chegada de Kim ao Aeroporto de Changi.
Donald Trump, e sua equipe chegam à Base Aérea de Paya Lebar, em Singapura, na noite de domingo.
"Temos que conseguir a desnuclearização. Temos que fazer alguma coisa", disse Trump à imprensa, pouco antes de partir de Charlevoix, no Canadá, para Singapura.
O otimismo e a confiança são contrastantes com a situação de há alguns meses atrás, quando Trump e Kim se envolveram em uma guerra de palavras, inclusive trocando insultos pessoais.
O primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong (à direita) se reuniu com Kim Jong-un, em Singapura no domingo.
"Esta é uma grande oportunidade para a paz duradoura e prosperidade”, reiterou Trump, acrescentando que a equipa participará na reunião “com uma atitude muito positiva".
No entanto, Trump alertou que há uma boa chance de não dar certo. "Há provavelmente uma chance ainda maior de que isso leve um período de tempo. Será um processo", reforçou.
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos reduziu as expectativas anteriores de uma desnuclearização completa, verificável e irreversível por parte da Coreia do Norte. Desde então, ele descreveu a primeira cúpula como uma reunião para se conhecerem, e que a desnuclearização exigirá muitas outras reuniões.
Kim não fez declarações públicas antes ou depois da sua chegada a Singapura, tendo reunido com o primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong, na noite de domingo.
A cúpula de terça-feira entre Trump e Kim terá início às 9h, horário local, no Capella Hotel, em Sentosa, uma ilha resort na costa sul de Singapura.
O jornal de Singapura The Straits Times informou que cerca de 3.000 repórteres chegaram a Singapura para cobrir esta reunião histórica. Os repórteres credenciados pela Casa Branca terão um centro de mídia no JW Marriott Hotel, enquanto os jornalistas internacionais trabalharão a partir de um recinto de Fórmula 1, entretanto transformado em centro de mídia temporário.
A segurança foi reforçada para o evento. As autoridades de Singapura impuseram restrições de tráfego para a cúpula. Os táxis não podem aproximar-se dos hotéis Shangri-La ou St Regis, onde Trump e Kim, respetivamente, estão hospedados
Shen Dingli, professor do Instituto de Estudos Internacionais da Universidade de Fudan, disse que os dois lados poderão firmar o seu compromisso colaborativo para desnuclearizar a Coreia do Norte e, possivelmente, estabelecer um programa faseado para o efeito.
Embora os EUA abordem recorrentemente a desnuclearização da RPDC, Pyongyang exige uma garantia de segurança pós-desnuclearização e o levantamento das sanções económicas.
O primeiro-ministro de Singapura, Lee Hsien Loong (à direita) se reuniu com Kim Jong-un, em Singapura no domingo.
Charles Armstrong, professor de Estudos Coreanos na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, disse que não é realista esperar que a Coreia do Norte abandone completa e imediatamente o seu programa nuclear.
"Ninguém quer voltar ao confronto do ano passado, e é possível que as conversações fracassem e os EUA voltem a uma política de 'pressão máxima', enquanto a RPDC ‘volta às ações provocativas’", afirmou.
Os partidos Republicano e Democrata dos EUA pressionaram Trump para não fazer demasiadas concessões durante a reunião com Kim.