Turismo espacial cada vez mais perto da realidade, afirma fabricante de foguetões

Fonte: Diário do Povo Online    20.06.2018 15h48

A Academia Chinesa de Tecnologia de Veículos de Lançamento é uma prestigiada fabricante de foguetes transportadores. Em um futuro próximo, poderá se tornar no primeiro provedor de turismo espacial da China.

Engenheiros da academia, situada na periferia sul de Beijing, estão projetando uma nova nave espacial para enviar qualquer pessoa disposta a pagar entre 200.000 e 250.000 dólares em uma viagem suborbitária.

De acordo com os planos, o veículo espacial reutilizável, que deverá entrar ao serviço em 2028, terá o mesmo formato de uma aeronave de asa fixa sem um estabilizador vertical, e será impulsionada por um motor de foguete. Ela operará de acordo com programas predefinidos, sem piloto ou controladores dentro da nave espacial.

Com uma área interna de mais de 10 metros quadrados, a aeronave será capaz de transportar no máximo 20 passageiros, a uma altitude de mais de 100 quilômetros, cerca de 10 vezes a altitude de cruzeiro de um avião comercial.

Os passageiros permanecerão no espaço por mais de 10 minutos para turismo, durante o voo de meia hora, de acordo com a academia. Eles poderão ver as estrelas distantes e os contornos da Terra através das janelas e experienciar momentos de ausência de gravidade.

Zhao Jianbo, engenheiro responsável pelo programa, disse que os participantes precisarão de passar por sessões de treinamento por várias semanas nos estabelecimentos espaciais chineses, para se prepararem para os efeitos da aceleração gravitacional e da ausência de gravidade.

"Eles não precisarão de usar roupas espaciais durante a viagem porque haverá oxigênio e instrumentos de suporte à vida dentro da nave espacial", disse ele.

O gerente de projetos, Han Pengxin, disse que a aeronave será segura e confiável, uma vez que empregará as tecnologias de ponta da academia.

Os passageiros terão de ter entre 18 e 65 anos e não ter doenças cardíacas ou hipertensão arterial, informou.

Cai Qiaoyan, pesquisador sênior da academia, disse que a manutenção da mesma será fácil, por isso poderá ser usada para voos frequentes.

"Depois de um voo, os nossos engenheiros só precisarão de fazer algumas verificações simples e reabastecê-la, o que poderá ser feito em apenas dois dias", revelou, acrescentando que a nave poderia realizar cerca de 50 voos antes de se aposentar.

Dennis Tito, engenheiro e multimilionário dos Estados Unidos, foi o primeiro turista espacial do mundo.

Juntamente com dois cosmonautas russos, Tito se juntou à missão russa Soyuz TM-32 a 28 de abril de 2001 e passou quase oito dias no espaço, orbitando a Terra 128 vezes, após receber treinamento extensivo na Rússia, e ter pago 20 milhões de dólares pela sua jornada.

Além da academia chinesa, várias empresas espaciais estrangeiras como a norte-americana Blue Origin e a Virgin Galactic do Reino Unido têm vindo a desenvolver naves reutilizáveis para o turismo suborbitário, que ainda não é uma realidade. 

(Web editor: Renato Lu, editor)

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