Controle dos riscos financeiros deixa economia chinesa mais segura

Fonte: Xinhua    16.08.2018 13h55

Beijing, 16 ago (Xinhua) -- De uma siderúrgica endividada a uma importante fornecedora para os estádios da Copa do Mundo 2022 no Qatar, a Nanjing Iron and Steel Co. exemplifica os esforços da China para conter os riscos financeiros do país.

Depois de vencer outra licitação para fornecer 1.900 toneladas de aço ao país no Golfo Pérsico, a empresa, cotada na Bolsa de Shanghai, vem registrando uma maior presença no mercado global e uma menor relação passivo/ativo.

Graças a um programa de troca de dívidas por ações, bem como a um modelo de negócios mais ecológico e inovador, o lucro líquido dela saltou 800% ante 2017, enquanto a relação de dívida caiu de 80% para 60%.

A alavancagem excessiva, crescente inadimplência e os perigos ocultos dos bancos paralelos são alguns dos males financeiros que se fizeram presentes na economia chinesa nos últimos anos. A prevenção de riscos financeiros foi listada pelo governo como uma das "três batalhas duras" que prometeu vencer.

O progresso até agora mostra que os reguladores estão vencendo essa batalha. As políticas fortalecidas baixaram os índices de dívida e fizeram com que as instituições financeiras aumentassem significativamente a compliance.

O índice de alavancagem da China diminuiu 1,1 ponto percentual no primeiro trimestre do ano em relação ao ano passado, enquanto o índice de dívida caiu 2,4 pontos percentuais para as empresas e 0,7 ponto para o governo.

Além de reduzir os elevados índices de alavancagem, medidas concretas foram tomadas para remediar a disfunção financeira do país, incluindo a chamada "mudança da economia real para a economia virtual".

"A chave para garantir a estabilidade financeira é melhorar o mecanismo de condução da política monetária, o que fará com que o setor financeiro sirva melhor a economia real", disse Zong Liang, pesquisador sênior do Banco da China.

Os elaboradores de políticas visam realizar a dupla tarefa de controlar os riscos financeiros e fazer o setor desempenhar um papel mais importante no apoio à economia real, em particular às pequenas e privadas empresas que precisam se financiar.

Em 2017, o setor bancário cumpriu 48 das 70 tarefas chave para reforçar os elos fracos, com mais 40 reveladas este ano. O setor de seguros também reforçou sua força regulatória.

Um quadro de políticas mais rigoroso tem tido uma aplicação mais rigorosa. No primeiro semestre deste ano, o mais alto órgão regulador de bancos e seguros da China puniu cerca de 800 instituições bancárias e 175 pessoas do setor, incluindo a imposição de vetos perpétuos.

"Costumávamos driblar as novas regulamentações financeiras o máximo que podíamos", disse uma fonte em uma corretora de ações. "Mas agora, não perdemos tempo em alterar nossas práticas para evitar penalidades."

Os riscos financeiros da China, em vez de serem generalizados, estão agora cada vez mais contidos, de acordo com as opiniões de um comitê de estabilidade financeira e desenvolvimento do Conselho de Estado, em uma reunião no início deste mês.

Para empresas como a Nanjing Iron and Steel Co., a desalavancagem será realizada de maneira direcionada, estável e ordenada.

Cong Liang, porta-voz da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, disse na quarta-feira que medidas serão tomadas para promover programas de troca de dívidas por ações e ajudar as empresas estatais a reduzir a alavancagem.

Obtendo progressos, os elaboradores de políticas também alertam sobre o impacto adverso das incertezas externas e pediram uma abordagem proativa e ágil no tratamento dos riscos financeiros.

"As 'bombas' precisam ser desmanteladas enquanto se mantém a estabilidade da economia, e os 'riscos induzidos ao neutralizar riscos' devem ser evitados", disse Guo Shuqing, o supremo regulador de bancos e seguros da China.  

(Web editor: Chen Ying, editor)

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