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Shanghai demonstrou a sua determinação em acelerar a sua aposta no digital e superar cidades congêneres no setor, através de dois acordos com gigantes da internet chinesa.

Ao unir forças com o grupo Alibaba e com a Tencent em vários empreendimentos tecnológicos, o governo municipal procura expandir o uso de tecnologias online para melhorar os serviços públicos locais.

Existem receios públicos de que Shanghai esteja a ficar para trás na transformação digital, o que levou à alteração de modelos de negócios de indústrias tradicionais de modo claro, referiu Chu Yin, um investigador especializado na economia digital no Centro para a China e Globalização.

 “Os acordos mais recentes sugerem que as autoridades locais sentem a necessidade de abraçar a internet numa escala muito maior e mais profunda, caso contrário, Shanghai irá perder a disputa digital”, disse Chu.

Um dado interessante, de acordo com Chu, é que nenhuma das principais empresas de internet chinesas, tais como as “BAT” — Baidu, Alibaba e Tencent — ou empresas que se destacaram mais recentemente, como a JD ou a Toutiao, estão sediadas em Shanghai.

“A ausência de nomes fortes do setor pode ser problemática, dado que a economia com base na internet é, porventura, a que mais depende de economias de escala”, disse. “Isto significa que, quanto maior a escala, maior a probabilidade de abafar intervenientes mais pequenos, ao gerar quantidades predominantes de tráfego”.

“Os acordos irão ajudar a superar obstáculos para as empresas obterem certos dados e criarem aplicações específicas a uma vasta gama de cenários”, disse Fu. “Podemos esperar um aumento do número de serviços públicos em termos de variedade e sofisticação”.

Os ganhos de eficiência da adoção de novas tecnologias já criaram dividendos para a cidade. Por exemplo, os indicadores econômicos de Shanhgai apontam para a empregabilidade nas áreas de big data e computação em nuvem para reformular o varejo tradicional como motor de impulso ao consumo, o qual cresceu 7.7% em termos anuais na primeira metade do ano.

Mas nesta corrida do digital, Shanghai precisa de definir a sua própria identidade, a qual requer infraestruturas comerciais sólidas, uma população abrangente, e um elevado nível de poder de compra a nível nacional, referem os analistas.

 “Graças ao ambiente comercial maduro, sistemas legais e de logística, Shanghai é onde a maioria dos negócios comerciais pioneiros na China se situam”, disse Fu.

Enquanto que muitas empresas de internet se focam primariamente no consumidor, Shanghai está numa posição que pode garantir mais cenários de aplicação, os quais servem não só o mundo de negócios, como o setor manufatureiro, afirmou Li Zhu, fundador da Innoangel.

 “Há pouca margem para complacência. Mas ao gerirmos de forma eficiente o potencial da cidade, bem como permitirmos os setores tradicionais a se digitalizarem, podemos criar benefícios econômicos, sociais e estratégicos para Shanghai”, disse Chu.