A cimeira de Beijing do Fórum para a Cooperação China-África 2018 teve início a 3 de setembro. O Presidente Xi Jinping compareceu à cerimónia de abertura, onde proferiu um discurso marcante sobre o atual cenário mundial e as relações sino-africanas. Como será o rumo das relações entre China e África no futuro? Como será estabelecida uma comunidade de destino comum sino-africana? Quais são as principais iniciativas que a China irá pôr em marcha em África? O Diário do Povo compilou abaixo alguns dos pontos marcantes do fórum a decorrer.
Relações sino-africanas resumidas em uma frase
No passado, a China e África, com base em experiências históricas semelhantes e uma missão comum, uniram esforços na mesma direção e ajudaram-se mutuamente, trilhando um caminho de amizade, cooperação e benefícios compartilhados.
As quatro interdições que cingem a interferência estrangeira nas relações China-África
(1) A China será para sempre um amigo, parceiro e irmão de África. Ninguém poderá sabotar a união dos povos da China e de África!
(2) A China advoga os princípios de dar mais do que recebe, de dar antes de receber, ou de dar sem receber. A China dá as boas-vindas ao continente africano a acompanhá-la na viagem rumo ao desenvolvimento.
Ninguém poderá obstruir a caminhada rumo ao rejuvenescimento dos povos da China e de África!
(3) Independentemente do sucesso ou insucesso da cooperação sino-africana, a voz dos seus povos é o mais importante.
Ninguém poderá admitir ou conjeturar negar as conquistas notáveis alcançadas como resultado da cooperação China-África!
(4) A China incentiva e apoia todas as iniciativas em benefício de África, e entende que tal deveria ser a postura a adotar pela comunidade internacional.
“Ninguém poderá impedir ou comprometer as ações ativas da comunidade internacional para apoiar o desenvolvimento de África!”
Os “Cinco Nãos” no tratamento dos assuntos africanos
O Presidente Xi Jinping referiu que mais de 1.3 bilhões de chineses sempre partilharam o mesmo destino que mais de 1.2 bilhões de africanos. O povo chinês sempre apoiou e respeitou África, aderindo à conduta dos “Cinco Nãos”, respetivamente:
Não interferir na busca, por parte dos países africanos, de um método de desenvolvimento correspondente às suas próprias realidades nacionais. Não interferir nos assuntos internos de África. Não impor a vontade própria a outrem. Não impor qualquer precondição política no apoio conferido a África. Não retirar proveitos políticos egoístas nos investimentos e financiamentos levados a cabo em África. A China deseja que outros países adotem a conduta dos “Cinco Nãos” no tratamento dos assuntos africanos.
Quatro aspetos da China para responder aos desafios da atualidade
O Presidente Xi Jinping salientou que, durante o último século, o mundo protagonizou mudanças enormes. A conciliação da paz com o desenvolvimento é a tónica dos tempos atuais, sendo também o seu maior desafio.
Perante este cenário, a China tem por meta outorgar um novo, e ainda maior, contributo à humanidade.
A China deseja, juntamente com os seus parceiros internacionais, construir em conjunto a iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”.
A China irá participar ativamente na governança global, e defender que a sua abordagem, aplicação, e proveitos sejam multilaterais.
A China está firmemente comprometida com a sua abertura ao exterior.
Seis termos-chave para a criação de uma comunidade de destino comum China-África
Responsabilidade compartilhada: queremos ampliar o diálogo e a comunicação política a todos os níveis, reforçando a compreensão mútua e o apoio em questões relacionadas com os principais interesses e preocupações dos países. Em estreita coordenação e cooperação nas grandes questões internacionais e regionais, dever-se-á garantir a manutenção do desenvolvimento da China e de África.
Cooperação e benefício mútuo: devemos aproveitar a oportunidade da estratégia de desenvolvimento China-África, dar bom uso às vantagens resultantes da co-construção da Iniciativa Um Cinturão Uma Rota, bem como ajudar a União Africana a implementar a "Agenda 2063" e a “Agenda 2030” da Organização das Nações Unidas, visando o desenvolvimento de todos os países do continente africano.
Partilha da felicidade: queremos que a melhoria da qualidade de vida das pessoas seja o ponto de partida e a meta das relações China-África. A cooperação China-África trará resultados e benefícios visíveis e tangíveis aos povos chinês e africano.
Rejuvenescimento cultural: queremos promover os intercâmbios culturais e de aprendizagem mútua, fomentar a coexistência para impulsionar o rejuvenescimento civilizacional, o progresso e a prosperidade cultural. Devemos expandir as trocas em cultura e arte, educação e desporto, think thanks, e jovens.
Co-construção de segurança: a China apoia as organizações africanas, como a União Africana, na resolução de problemas de acordo com os modelos africanos, apoiando convictamente, por exemplo, a implementação da iniciativa “África sem tiros”. A China está disposta a desempenhar um papel construtivo na promoção da paz e estabilidade em África e a apoiar os países africanos no reforço da sua própria capacidade de manutenção da paz.
Simbiose harmoniosa: a China está disposta a trabalhar com África para promover o desenvolvimento ecológico e diminuir as emissões de carbono, promovendo a reciclagem e o desenvolvimento sustentável. O país está disposto a reforçar conjuntamente a resposta às mudanças climáticas, o uso de energia limpa, a prevenção e controlo da desertificação e erosão do solo, a proteção a vida selvagem, entre outras áreas no domínio da proteção ambiental.
As "oito grandes ações" permitirão o estabelecimento de uma comunidade de destino comum China-África na nova era
Xi Jinping referiu ainda as "oito principais ações" que serão implementadas nos próximos três anos e no futuro:
1. Implementação de ações de promoção industrial.
2. Implementação de operações conjuntas de infraestruturas.
3. Implementação de ações de facilitação do comércio.
4. Implementação de ações de desenvolvimento verde.
5. Implementação de ações de capacitação de construção.
6. Implementação de ações de saúde e higiene.
7. Implementação de intercâmbios culturais.
8. Implementação de operações de paz e segurança.