Paranaguá, Brasil, 10 set (Xinhua) -- Desde que a China Merchants Port (CMP) estabeleceu negócios em Paranaguá, as coisas começaram a melhorar nesta pequena cidade no sul do Brasil, com 151 mil habitantes.
Em fevereiro, a empresa adquiriu uma concessão de 30 anos para 90% do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), o segundo maior do país, e lançou operações lá, incluindo trabalhos de expansão para lidar com o crescente comércio do Brasil com a China.
"Temos tudo para desenvolver ainda mais os laços China-Brasil. Estamos ampliando o terminal para elevar o volume anual de 1,5 milhão de contêineres para 2,4 milhões", disse o CEO do TCP, Luiz António Alves, à Xinhua. "Estamos investindo 165 milhões de dólares para expandir o porto em 1.100 metros, e isso trará desenvolvimento para toda a região."
As perfuradoras submarinas têm trabalhado sem parar para instalar os pilares necessários para expandir a doca na baía de Paranaguá, localizada a 91 km ao leste de Curitiba, capital do Estado do Paraná.
O projeto coloca Paranaguá no mapa da Iniciativa do Cinturão e Rota, proposta pela China, que visa promover o comércio e o desenvolvimento ao longo das antigas rotas da Rota da Seda e além, construindo uma rede de infraestrutura nos continentes.
O TCP emprega cerca de 1.000 pessoas e gera outros 3.000 empregos diretos e indiretos, segundo Alves.
"Isso tem um impacto em toda a cidade de Paranaguá e no Estado do Paraná, melhorando a logística, as ferrovias e as rodovias. Estamos gerando riqueza entre a população local", disse Alves.
Lu Yongxin, vice-presidente da CMP, explicou por que a empresa escolheu Paranaguá como seu ponto de apoio na América Latina.
"No Brasil, os principais portos estão no litoral dos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Esses três estados estão na esfera de operações do TCP. Eles representam 45% da população brasileira e concentram 48% do seu produto interno bruto, por isso decidimos investir no terminal de Paranaguá ", disse Lu.
O chefe financeiro do TCP, Luiz Alberto Bressan, que acaba de voltar de quatro semanas de treinamento na China, disse esperar laços mais estreitos entre o Brasil e a China.
"A China continuou a investir no Brasil apesar dos tempos difíceis para a economia brasileira. Por meio do TCP, esperamos um aumento no intercâmbio, aumento no transporte marítimo e aumento na importação da China", assinalou ele.
Bressan disse que valoriza a inclusão do Brasil na Iniciativa do Cinturão e Rota porque abre oportunidades para mais investimentos e negócios.
Além do TCP, Paranaguá abriga um terminal público de contêineres que movimenta grãos, principalmente para a China, e exportações de automóveis para os países do Mercosul.
Luiz Teixeira, diretor de operações da Autoridade Portuária de Paranaguá, disse que o porto movimentou 51,5 milhões de toneladas de mercadorias em 2017 e espera um aumento de 2% este ano.
Mais de 19 milhões de toneladas de soja, milho e farelo de soja foram exportadas em 2017, e o volume deve subir para 20 milhões de toneladas este ano.
"Este é o segundo porto líder do país, depois do de Santos (em São Paulo), e tem uma importância estratégica para a economia brasileira", disse Teixeira.
A Iniciativa do Cinturão e Rota, lançada há cinco anos, está ajudando a atrair investimentos e reforçar a infraestrutura, disse ele.
"Todo esse investimento não apenas gera confiança no mercado, como também gera necessidades positivas, como infraestrutura, e isso impulsiona a nossa atividade em Paranaguá", afirmou.