NOVA IORQUE, 27 de set (Diário do Povo Online) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se tornou alvo de críticas após atacar o globalismo e promover a política externa e postura comercial americana em um discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas na terça-feira.
"Rejeitamos a ideologia do globalismo e abraçamos a doutrina do patriotismo", disse Trump, destacando conquistas que, segundo ele, tornaram os Estados Unidos "mais fortes, mais seguros e mais ricos" do que antes.
Trump atacou organizações como o Conselho de Direitos Humanos da ONU e o Tribunal Penal Internacional, dizendo que o país "nunca entregará a soberania dos EUA a uma burocracia global não eleita e inexplicável".
A intervenção deu inclusive lugar a um momento caricato no qual Trump diz: "Em menos de dois anos, o meu governo realizou mais do que quase qualquer administração na história de nosso país". Por esta altura o auditório começou começou a rir. Trump sorriu e respondeu: "Eu não esperava essa reação, mas tudo bem".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou, em um discurso, sobre os perigos das nações se voltarem para si mesmas.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, disse em uma entrevista coletiva na quarta-feira que a China espera que os EUA tenham em consideração as opiniões do secretário-geral da ONU, do presidente da Assembleia Geral e de outros países.
"Esperamos que os EUA, como superpotência número 1, pensem sobre o seu devido papel na resolução de problemas globais e regionais, e enfrentem as ameaças e desafios globais, promovendo a paz e o desenvolvimento globais", disse Geng.
Em resposta à crítica de Trump ao socialismo, Geng disse que todos os países têm o direito de escolher o seu próprio caminho de desenvolvimento e sistema social.
Zhang Zhixin, pesquisador associado dos Institutos Chineses de Relações Internacionais Contemporâneas, disse que as declarações refletem o "nacionalismo econômico, o hegemonismo diplomático e a orientação política unilateralista" do governo de Trump.
Trump atacou ainda o Irã e o acordo nuclear, pedindo que "todas as nações isolem o regime do Irã enquanto a sua agressão continuar".
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que Trump parece determinado a tornar as instituições internacionais ineficazes.