Embaixador chinês rejeita acusação "infundada" dos EUA sobre interferência de Beijing em assuntos domésticos

Fonte: Diário do Povo Online    15.10.2018 14h08

WASHINGTON, 15 de out (Diário do Povo Online) - O embaixador da China nos EUA criticou as alegações de que o seu país estaria tentando interferir com as eleições do congresso do próximo mês.

Os comentários de Cui Tiankai surgem em meio a um aprofundamento da fricção comercial entre os EUA e a China.

O presidente dos EUA, Donald Trump, acusou Beijing de tentar influenciar as eleições do congresso dos Estados Unidos, a serem realizadas no próximo mês, contra o Partido Republicano.

Ao Fox News Sunday, o embaixador chinês reiterou: "todas essas acusações são infundadas".

“Um dos princípios fundamentais da política externa da China é a não interferência nos assuntos internos de outros países. Temos sido consistentes nessa posição”, reforçou Cui.

Washington e Beijing estão envolvidos em uma disputa comercial há meses. Trump tem ameaçado intensificá-la ao taxar potencialmente mais 267 bilhões de dólares em produtos chineses.

Cui disse que os EUA são culpados pela primeira imposição unilateral de impostos. "É importante notar quem começou esta fricção comercial", disse ele. “Nós nunca quisemos isso. Mas se alguém iniciar uma guerra comercial contra nós, temos que responder e defender os nossos próprios interesses”.

O governo de Trump afirma que a China utiliza práticas comerciais desleais contra os EUA. Isso inclui o uso de subsídios industriais para minar os produtores americanos e forçar as empresas dos EUA a abrir mão dos seus segredos comerciais para fazer negócios na China.

A China nega tais alegações há muito tempo. Cui acrescentou: "eu acho que todas essas acusações sobre como a China se desenvolveu são infundadas e injustas para o povo chinês". "Repare, a China tem 1,4 bilhão de pessoas. Seria difícil imaginar que um quinto da população mundial só poderia se desenvolver e prosperar roubando ou forçando alguma transferência de tecnologia de outros, ao invés de confiar principalmente nos seus próprios esforços - isso é impossível ".

Existem também tensões militares entre os dois lados. No mês passado, dois navios de guerra dos EUA e da China quase colidiram no Mar do Sul da China, onde as ilhas são objeto de disputas territoriais.

"Não são navios de guerra chineses que estão indo para a costa da Califórnia ou para o Golfo do México", disse Cui. "Estão tão perto das ilhas chinesas e tão perto da costa chinesa. Então, quem está na ofensiva e quem está na defensiva? É muito claro".

Apesar das tensões, Trump enfatizou várias vezes o seu bom relacionamento com o presidente Xi Jinping, e que os dois deverão se reunir na cúpula do G20 do próximo mês em Buenos Aires.

Cui disse: "Há uma boa compreensão mútua e uma boa relação de trabalho entre os dois. Espero e tenho certeza que isso irá continuar".  

(Web editor: Chen Ying, editor)

Artigos Relacionados

0 comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos