WASHINGTON, 15 de out (Diário do Povo Online) - Perante um cenário internacional complexo e diante das mudanças da economia doméstica da China, vários especialistas em todo o mundo acreditam que o governo chinês dispõe de ferramentas suficientes para catalisar o dinamismo interno e assegurar um crescimento econômico robusto e resiliente.
Tais afirmações surgiram após uma proposta recente do governo chinês de “estabilizar a empregabilidade, finanças, comércio externo, investimento externo, investimento e expectativas”, coletivamente conhecido como “as 6 estabilidades”.
Desde o início deste ano, apesar das flutuações de determinados indicadores econômicos, a economia chinesa tem vindo a conseguir manter um crescimento estável, com os 4 maiores indicadores macroeconômicos de crescimento — crescimento econômico, empregabilidade, índice de preços ao consumidor e equilíbrio internacional de pagamentos — a irem de encontro às expectativas.
No mais recente relatório do World Economic Outlook, divulgado a 8 de outubro, o FMI manteve as perspetivas de crescimento da China inalteradas nos 6.6%.
Maurice Obstfeld, economista-chefe do FMI, disse recentemente que a economia chinesa testemunhou uma performance robusta na primeira metade deste ano, e que os números recentes, embora possam não ser ideais, vão ainda de encontro às expectativas, considerando que medidas como o reforço da supervisão financeira e a prevenção de riscos poderão conter o crescimento econômico até certo ponto.
Changyong Rhee, diretor do departamento do FMI para a Ásia e Pacífico disse à Xinhua que o abrandamento do crescimento econômico da China é um resultado da iniciativa do governo de desalavancar e regular a economia, o que se trata, de fato, de um abrandamento de “alta qualidade”.
Rhee expressou a confiança de que o governo chinês dispõe de ferramentas suficientes para estabilizar o crescimento econômico e conter o impacto negativo das fricções econômicas e comerciais com os EUA. Enquanto isso, a desalavancagem deve assegurar um crescimento mais estável e resiliente no curto e médio prazo.
Charles Onunaiju, director do Centro de Estudos Chineses em Abuja, Nigéria, afirma que a economia chinesa se encontra estável, com uma estrutura interna integrada e coordenada, a qual não pode ser facilmente comprometida por choques externos.
A economia chinesa está sendo submetida a alguns ajustes estruturais à reforma do lado da oferta, mencionou Onunaiju, acrescentando que a economia do país está reduzindo a sua dependência das exportações e da indústria manufatureira, estando a apostar em um mecanismo de crescimento baseado na inovação e no consumo doméstico.
Contanto que as autoridades relevantes da China mantenham a senda de ajustes estruturais, e assegurem o ímpeto de inovação, afirmou, a China continuará a ser resistente a vagas de choques externos.