O setor de aviação da China, cujo início foi lento, ganhou ímpeto com a promoção da reforma e abertura do país, traçando agora um novo trilho no mercado global.
Sem a reforma e abertura, iniciadas há 40 anos, a grande indústria de aeronaves civis do país, maioritariamente liderada pela Corporação de Aeronaves Comerciais da China (COMAC), nunca poderia ter atingido a escala atual, afirmaram especialistas do setor.
A reforma e abertura possibilitaram que os fabricantes de aeronaves civis e fornecedores de design, peças e motores embarcassem em um novo modelo de negócios que depende de maior produtividade, redução de custos e melhor competitividade de mercado, disse Wu Xingshi, membro do comitê consultivo especializado do programa de aeronaves de passageiros do Conselho de Estado.
Outra característica importante da reforma e abertura tem sido o desenvolvimento do setor financeiro, que tem promovido o progresso rápido e suave do setor de aviação civil, que anseia por mais capital.
As quatro décadas de reforma tiveram três grandes marcos de desenvolvimento para o setor em 1986, 1993 e 2007.
Desde então, o país desenvolveu e produziu com sucesso alguns jatos nacionais, incluindo o jato regional ARJ21, que saiu da linha de montagem em Shanghai em dezembro de 2007, e o avião de passageiros C919, que realizou seu voo inaugural em Shanghai em maio passado.
Até agora, a COMAC recebeu 815encomendas de aviões C919 de 28 companhias aéreas nacionais e estrangeiras, bem como 473 encomendas de aviões ARJ21 de 22 companhias aéreas nacionais e estrangeiras. Os aviões ARJ21 estão atualmente operando em oito rotas domésticas.
Através de grandes esforços, a China se tornou um dos quatro países ou regiões do mundo que possuem grandes aeronaves de passageiros, disse Wu, acrescentando que os outros três são os Estados Unidos, a União Europeia e a Rússia.
A grande indústria de aviões civis também promoveu o desenvolvimento e a modernização em vários setores, como materiais, engenharia química, construção de máquinas, informações eletrônicas, além de transporte, logística, comércio exterior e turismo.
Atualmente, mais de 200 empresas e 20.000 pessoas em 22 regiões de nível provincial trabalham para a cadeia industrial de aviões C919.
"Estima-se que, em 20 anos, o volume de passageiros aéreos do país seja oito vezes maior que o atual devido a conexões globais mais estreitas e à iniciativa do Cinturão e Rota. O que significa que mais 5.000 aviões civis serão necessários", acrescentou Wu.