BEIJING, 26 de nov (Diário do Povo Online) – Xi Jinping, o presidente da República Popular da China, prepara-se para realizar uma visita de Estado à Espanha e Portugal.
A última vez que um presidente chinês visitou Espanha e Portugal foi há 13 e 8 anos, respetivamente.
A visita aos dois países visa estabelecer relações estratégicas de desenvolvimento no enquadramento da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”.
Segundo reportagens da imprensa espanhola, vários empresários do país preparam já a chegada do presidente chinês e a possível participação na construção da referida iniciativa.
A linha ferroviária Yiwu (na província de Zhejiang) – Madri, desde a sua abertura, no final do ano 2014, tem vindo a desempenhar um importante papel na promoção do comércio sino-espanhol.
Durante o período de atividade da ferrovia, o valor total de exportações da Espanha para Yiwu aumentou em mais de 300%, enquanto que as importações de produtos espanhóis na província de Zhejiang atingiu os 576 milhões de dólares em 2017, com um aumento de 49.9% relativamente ao ano passado.
As “especialidades” espanholas, como presunto, vinho, azeite, autopeças e equipamentos médicos, entraram no mercado chinês através desta ferrovia.
Portugal, por seu turno, é um dos fundadores do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e um dos participantes da primeira edição do Fórum do “Cinturão e Rota” para a Cooperação Internacional.
Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da República Portuguesa, declarou anteriormente o seu apreço pessoal pela China e o interesse português na iniciativa chinesa.
Apresentando as suas vantagens ao nível portuário, Portugal expressou, por várias vezes, a abertura para aprimorar a relação com a China no âmbito da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”.
Nos últimos anos, a State Grid, ZTE, Huawei, Fosun, Banco do Desenvolvimento da China, Banco da China e Haitong Securities, entre outros, investiram mais de 10 bilhões de euros no país ibérico.
No longo prazo, a União Europeia é o maior parceiro comercial, bem como a maior fonte de tecnologia e investimento estrangeiro da China, enquanto a China é o segundo maior parceiro comercial da UE.
Num cenário internacional de incertezas fomentadas pelo unilateralismo e protecionismo comercial, a China e a Europa têm interesses convergentes na defesa do comércio livre e dos mecanismos multilaterais.
Donald Tusk, o Presidente do Conselho Europeu, e Jean-Claude Juncker, o presidente da Comissão Europeia, partilham a mesma opinião de que “a UE e a China são ambas defensoras do multilateralismo e advogam o aperfeiçoamento do sistema multilateral de comércio sob o princípio do respeito mútuo e do respeito pelos regulamentos”.