BEIJING, 6 de dez (Diário do Povo Online) - A China está disponível para trabalhar com Portugal no sentido de desenvolver os laços comerciais e expandir a cooperação em áreas como energia, finanças, turismo, infraestruturas e atuação em mercados terceiros, segundo fontes governamentais.
A atual senda de crescimento nas relações é justificada pelo setor empresarial de ambos os países dar uso às respetivas vantagens da capacidade de produção e colaboração tecnológica, bem como pela maximização do potencial em serviços e indústrias de novas energias no plano da iniciativa do Cinturão e Rota, segundo Sun Xiao, diretor do departamento de cooperação multilateral da Câmara de Comércio Internacional da China.
O comércio bilateral cresceu em 8% em termos anuais para 5$ bilhões nos primeiros 10 meses deste ano, consequência do aprofundamento da cooperação económica ao longo dos últimos anos entre a China e Portugal, segundo avançou o Ministério do Comércio na semana passada.
As importações chinesas de Portugal aumentaram em 12.5%, para 1.91$, no período janeiro-outubro, de acordo com dados oficiais.
O investimento bilateral também aumentou consideravelmente. Portugal investiu 210$ milhões em 255 projetos na China. Por sua vez, no final de outubro, as empresas chinesas haviam realizado 9$ bilhões em investimentos no país ibérico, abrangendo áreas incluindo energia, tratamento de águas, cuidados de saúde, seguros, e equipamentos de telecomunicações e finanças, de acordo com o porta-voz do ministério, Gao Feng.
Gao refere que os negócios de ambos os países atingiram também o sucesso em projetos de cooperação em países terceiros, incluindo o setor energético no Brasil, Chile, Moçambique e Angola.
A China exporta principalmente produtos eletromecânicos, químicos, têxteis, matérias-primas, metais preciosos, computadores e eletrodomésticos para Portugal. Além de tabaco, alimentos e produtos aquáticos, as exportações de Portugal para a China incluem plásticos, borracha, equipamentos de transporte, pasta de celulose, papel e minerais.
Enquanto parceiro importante da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, e membro fundador do Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas, Portugal pode cooperar com a China em vários setores no enquadramento da iniciativa, afirma Lu Ming, vice-diretor da Academia do Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional.
Fang Qiuchen, presidente da Associação Internacional de Empreiteiros da China, a qual ajuda as empresas de construção chinesas a expandir os seus negócios ao exterior, sugeriu que ambos os países explorassem mercados terceiros e a cooperação multilateral com os países lusófonos.