LAS VEGAS, 21 de jan (Diário do Povo Online) - Cerca de 1,200 empresas de tecnologia chinesas, incluindo a Suning Holdings Group e Huawei Technologies Co, bem como startups, marcaram presença no Consumer Electronics Show (CES), que ocorre anualmente em Las Vegas, para apresentar suas inovações em áreas como inteligência artificial (IA) e robótica.
No evento, ocorrido entre 8 e 11 de janeiro, o número de participantes de empresas chinesas caiu em relação ao recorde estabelecido no ano passado, de mais de 1500 empresas. Os líderes de negócios atribuem a queda aos problemas em torno do comércio China-EUA, os quais comprometeram, em parte, o setor tecnológico nos EUA.
Gary Shapiro, presidente da Associação de Consumidores de Tecnologia dos EUA, a responsável pela organização do CES, disse que as tarifas sobre os produtos chineses estão a custar à indústria de tecnologia e aos consumidores norte-americanos cerca de 1$ bilhão por mês.
Shapiro admite estar preocupado com o possível controle de imposto às exportações de tecnologias emergentes, como a inteligência artificial. Ele considera a IA, 5G, tecnologias de condução autônoma e saúde digital, as tendências dominantes no CES 2019.
Porém o controle às exportações irá restringir o avanço da IA, especialmente nos EUA, afirmou Shapiro. Produtos de fabricação chinesa podem ainda ser facilmente encontrados em quase todas as categorias, tais como TVs HD, robótica, e varejo inteligente, ocupando cerca de 14% da área expositiva.
Muitas empresas tecnológicas chinesas, especialmente as mais inovadoras, estão ainda à procura de desenvolver os seus negócios a longo prazo no mercado estadunidense.
A Suning, o maior varejista multicanal da China em termos de receitas, revelou a sua estratégia “varejo como serviço”, “RaaS” na sigla inglesa, durante a CES 2019.
Considerada o “cérebro” do varejo inteligente, a estratégia é, na sua base, um modelo de plataforma aberta na qual os parceiros podem aceder ao portfólio da Suning, incluindo novos softwares, plataformas, infraestruturas e know-how enquanto serviço.
Jack Jing, responsável pela Suning Technology Group, uma subsidiária da Suning, afirma que, enquanto maior varejista multi-canal da China, “sabemos que o varejo inteligente é a chave para atrair e satisfazer os consumidores” na era digital.
“Queremos trabalhar com mais parceiros globais na indústria para abrir o acesso a dados, tecnologia e ferramentas, de modo a ajudá-los a melhor compreender seus utilizadores e atingirem os seus objetivos. A estratégia do ‘varejo como serviço’ consiste nisso mesmo”, disse.
Esta estratégia da Suning oferece aos intervenientes no processo de varejo, tais como fornecedores, varejistas de pequena e média dimensão e até mesmo desenvolvedores de tecnologia ou provedores de serviços, uma solução integrada para melhorar a eficiência operacional e a experiência do consumidor.
Durante a CES, a maior empresa de sistemas de reconhecimento de voz da China, a iFlytek, demonstrou o seu mais recente tradutor inteligente.
Charlene Li, diretora-geral da iFlytek na América do Norte, disse que a expansão no mercado estadunidense será uma tarefa árdua no curto prazo, mas “se não planejássemos de antemão, teríamos de o fazer mais tarde, e aí seria tarde demais”.
Shapiro disse que a cada ano as empresas chinesas participam na CES para contactarem vendedores e compradores, desenvolver suas marcas, e explorar oportunidades de parceria.
A Huawei lançou dois novos produtos na CES: um portátil de última geração e um smart watch. Ambos seguirão para as prateleiras das lojas nos EUA este mês.
“Se existirem relações comerciais com os países participantes, então será mais provável conseguir uma boa relação com eles”, disse Shapiro, deixando o apelo por uma relação comercial mais “normalizada” entre a China e os EUA.
Estima-se que a CES, a maior exposição do mundo de novos produtos do setor tecnológico e eletrônico, terá atraído cerca de 4,500 empresas e 180,000 participantes.