BEIJING, 29 de jan (Diário do Povo Online) - O embaixador da China na UE condenou a forma como a Huawei e outras empresas chinesas são tratadas, avançando que tal comportamento irá comprometer os avanços da tecnologia móvel 5G.
Zhang Ming disse ao Financial Times na segunda-feira que “alguém não está a poupar esforços a fabricar uma história de segurança sobre a Huawei” e “não me parece que esta história tenha alguma coisa a ver com a segurança. As supostas preocupações com a segurança não são corroboradas por quaisquer fatos ou provas”.
“Pelo contrário, eu acredito que se trata de um ato de protecionismo com razões políticas que indicam um retrocesso contra a globalização”.
A Huawei, sediada em Shenzhen, na província de Guangdong, é líder mundial em infraestruturas de tecnologia da informação e comunicação e dispositivos inteligentes, sendo considerada um líder do desenvolvimento do 5G.
“Tal passo está indiscriminadamente a tornar uma questão negocial numa questão política, ou mesmo de segurança, e isso viola completamente os princípios da competição livre e justa”, disse Zhang.
O New York Times avançou no domingo que países como o Reino Unido, Alemanha e Polónia estão sob pressão dos EUA para barrar a Huawei de construir redes 5G.
“Durante o ano passado, os EUA embarcaram numa campanha global encoberta, e ocasionalmente ameaçadora, para prevenir a Huawei e outras firmas chinesas de participarem na reconstrução mais dramática da internet desde que ela foi lançada há 35 anos”, escreveu David Sanger, correspondente veterano para a segurança nacional do New York Times.
Zhang, que assumiu o posto atual em 2017, após servir como vice-ministro das Relações Exteriores entre 2013 e 2017, disse que a tecnologia 5G é um produto de cooperação global aberta, sendo benéfico para o mundo inteiro.
“As cadeias globais industriais, de fornecimento e valor, estão amplamente interligadas nesta área e não podem ser artificialmente e deliberadamente cortadas por ninguém”, afirmou.
Fazê-lo seria “muito irresponsável”, disse Zhang, e poderia trazer “consequências sérias para a economia global e para a cooperação científica”.
Realçando que a China e a UE estabeleceram a sua parceria estratégica global e que ambos apoiam o multilateralismo e uma ordem internacional baseada em regras, Zhang diz esperar que a UE adote uma atitude racional, aberta e objetiva.
“Enquanto parceiros de cooperação, devemos lutar para promover a globalização ao invés da tribalização do sistema global”, concluiu.