Sydney, 4 abr (Xinhua) -- O ex-chanceler australiano e ex-primeiro-ministro do estado de Nova Gales do Sul Bob Carr descreveu a Iniciativa do Cinturão e Rota como uma conversação da China com o mundo e uma oportunidade que traz modernização para países em desenvolvimento.

Carr foi o oficial que por mais tempo serviu como premiê de estado de Nova Gales do Sul e é agora diretor do Instituto das Relações Austrália-China da Universidade de Tecnologia de Sydney, o que dá a ele uma perspectiva exclusivamente ampla em assuntos regionais.

Em uma entrevista exclusiva, Carr disse à Xinhua que, se for feita com transparência, a Iniciativa do Cinturão e Rota permanecerá um sucesso multilateral. Ele citou o Banco de Investimento em Infraestrutura da Ásia como um marco de governança de acordos da Iniciativa do Cinturão e Rota.

"Com a Iniciativa do Cinturão e Rota, a China está dizendo,'que a nossa conversa seja sobre desenvolvimento econômico mútuo' ", exemplificou.

"Isso não resolve todas as questões duras, mas vamos dizer que o conceito é potencialmente muito, muito bom."

O 2º Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional será realizado este mês em Beijing, com os líderes do mundo reunindo-se para discutir o futuro do projeto.

Carr apontou que a Iniciativa do Cinturão e Rota beneficiará particularmente nações em desenvolvimento ao compartilhar recursos e experiências chineses em implementar infraestrutura em ampla escala.

"Potencialmente, ela exporta modernização da China para outros países".

"É a China dizendo, 'nós temos capital excedente, nós temos experiência excedente, nós pensamos que é uma vantagem se nós investirmos com você' ".

Carr destacou que, de qualquer forma, encorajar outras nações e entidades privadas a investirem exige garantias de transparência e retorno sobre investimentos.

"O mundo... quer ver uma série de projetos, aeroportos, ferrovias, estradas, nos quais o setor privado possa investir e conseguir retorno".

"O Cinturão e Rota precisa ser menos um grande conceito e mais uma série de propostas específicas. Precisa daquilo que os investidores chamam de fluxo de transações", avaliou Carr.