O premiê Li Keqiang (ao centro), presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker (esquerda) e o Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, participam de uma coletiva de imprensa após a reunião de líderes China-UE em Bruxelas, Bélgica, na terça-feira.
Beijing, 11 de abr (Diário do Povo Online) -- A China e a União Europeia se comprometeram em alcançar um maior progresso este ano nas negociações para o acordo bilateral de alto investimento. O ambicioso acordo deverá ser concluído no próximo ano, segundo uma declaração conjunta.
Os dois lados comprometeram-se a aumentar o acesso ao mercado, eliminar requisitos discriminatórios para o investimento estrangeiro e estabelecer um quadro equilibrado de proteção para investimentos, de acordo com uma declaração conjunta emitida após a reunião dos líderes China-UE em Bruxelas, Bélgica, na terça-feira.
O Premiê Li Keqiang, o Presidente do Conselho Europeu Donald Tusk e o Presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker co-presidiram o encontro anual e chegaram a um consenso sobre um vasto leque de questões, incluindo laços bilaterais, desafios globais e governança.
Eles se comprometeram a construir uma relação econômica baseada na abertura, na competição justa, garantindo condições equitativas de concorrência, transparência e benefício mútuo, refere a declaração.
O comércio bilateral entre a União Europeia (UE) e a China alcançou mais de 682 bilhões de dólares no ano passado. A UE é a maior parceira comercial da China, e a China, por sua vez, é a segunda maior parceira comercial da UE.
As duas partes continuarão a reforçar as sinergias entre a estratégia da UE para conectar a Europa e a Ásia, e as redes de comunicação transeuropeias da UE à proposta do Cinturão e Rota da China, afirma a declaração, acrescentando que futuras mudanças nas redes 5G e a cooperação tecnológica entre as comunidades empresariais são bem-vindas.
Durante a reunião, a UE e a China reafirmaram igualmente o seu compromisso com o multilateralismo. Os líderes chineses e da UE trabalharam na coordenação das suas posições sobre questões regionais e internacionais em pontos importantes, como a questão nuclear do Irã, a questão nuclear da península da Coreia e a situação da Venezuela.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lu Kang, disse na quarta-feira que a declaração conjunta reflete a determinação da China e da UE em reforçar a sua unidade e coordenação numa época em que o multilateralismo está a ser posto em causa.
Bernard Dewit, Presidente da Câmara do Comércio Belga-China afirmou que as relações industriais e comerciais entre a UE e a China aumentarão após a reunião, e que a China realizou grandes esforços para abrir o seu mercado às empresas europeias.
“A nova lei de investimento estrangeiro da China, que acaba de ser aprovada, irá tranquilizar os investidores europeus a respeito do compromisso do governo chinês de proteger os investimentos estrangeiros na China ”, afirmou.
Wang Yiwei, professor de relações internacionais da Universidade Renmin da China, disse num artigo publicado no Diário do Povo na quarta-feira, que a comunicação estratégica dos dirigentes chineses e da UE sobre questões importantes ajudará a promover novas áreas de cooperação bilateral.
Foi ainda acrescentado que os esforços realizados pelas duas partes, a fim de lidar com os desafios comuns e desenvolver a cooperação de ganhos mútuos, irão aumentar a estabilidade num mundo cada vez mais incerto.