Por Cai Run
Em dezembro do ano passado, o presidente Xi Jinping realizou uma visita a Portugal, na qual foi assinado um memorando de entendimento para a cooperação no âmbito da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”. O presidente português, por seu turno, visitou a China entre 28 de abril e 2 de maio, tendo participado na segunda edição do Fórum do Cinturão e Rota para a Cooperação Internacional. Sob a liderança estratégica dos líderes de ambos países, a cooperação pragmática sino-lusa abriu portas a um rol de várias oportunidades.
Portugal representa um ponto estratégico de conexão entre as Rotas da Seda terreste e marítima. Trata-se, portanto, de um parceiro natural na iniciativa. Portugal apoia e participa ativamente na construção do “Cinturão e Rota”. O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro António Costa afirmaram que a iniciativa era oportuna e que pode ser articulada com as estratégias de desenvolvimento nacional portuguesas. O apelo de desenvolver as relações com a China e construir conjuntamente a iniciativa “Cinturão e Rota”está em ascensão em Portugal.
Ao longo dos últimos 5 anos, a China e Portugal têm vindo a dar passos firmes na sua cooperação, tendo alcançado resultados notáveis. A China é o maior parceiro de negócios de Portugal na Ásia, e Portugal é o quinto maior destino de investimento chinês na Europa. De acordo com estatísticas inconclusivas, o investimento chinês em Portugal excedeu os 9 bilhões de euros, envolvendo energias, eletricidade, finanças, seguros, cuidados de saúde e outros setores, com benefícios econômicos e sociais significativos. O investimento português na China tem vindo também a crescer de modo sustentado.
Portugal foi o primeiro país da UE a estabelecer formalmente uma “parceria azul” com a China. É o primeiro país europeu a emitir cartões Unionpay, e tornar-se-á em breve o primeiro país da zona euro a emitir títulos de dívida em RMB. A cooperação financeira é cada vez mais um foco de crescimento na cooperação sino-portuguesa do Cinturão e Rota. Concomitantemente, mais de 30 universidades na China abriram licenciaturas de língua portuguesa e mais de 20 universidades em Portugal, do mesmo modo, abriram cursos de mandarim. Em breve, dois novos institutos Confúcio deverão abrir as portas no país. Os resultados da construção conjunta do Cinturão e Rota por parte da China e Portugal garantiram benefícios tangíveis aos dois povos.
A cooperação entre a China e Portugal ultrapassou a fronteira bilateral, tendo se expandido para projetos de cooperação tripartida com países falantes de língua portuguesa e demais membros da UE, lançando as bases para a realização de projetos conjuntos na iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”. Portugal é simultaneamente membro da União Europeia e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Nos últimos anos, o grupo Three Gorges e a EDP desenvolveram em conjunto o mercado brasileiro de energia hidrelétrica, bem como de energia eólica no Reino Unido, Alemanha, Itália, entre outros. A State Grid da China e a EDP cooperaram na construção de redes de distribuição energética no Chile. O grupo chinês Fosun e a seguradora portuguesa Fidelidade intervieram em conjunto no desenvolvimento do mercado de seguradoras no Peru. A cooperação tem vindo a progredir sem incidentes, atingindo resultados frutíferos, representando um modelo a seguir para a cooperação tripartida. Mais se acrescenta que as empresas chinesas estão ativamente trabalhando com homólogas portuguesas para cooperarem em países africanos como Marrocos, Moçambique e Angola.
Nós acreditamos que os esforços conjuntos de ambas as partes resultem no trabalho intensivo em projetos existentes, melhore os mecanismos e expanda o espetro de cooperação, e promova o desenvolvimento contínuo da parceria estratégica global China-Portugal.
(O autor é o embaixador da China em Portugal.)