EUA apresenta 17 novas queixas contra fundador da WikiLeaks

Fonte: Diário do Povo Online    24.05.2019 15h06

WASHINGTON, 24 de mai (Diário do Povo Online) – O Departamento da Justiça estadunidense anunciou na quinta-feira 17 novas queixas contra o co-fundador da WikiLeaks, Julian Assange, incluindo ter recebido e ilegalmente publicado documentos militares e diplomáticos classificados em 2010.

Assange foi acusado de violar o Ato de Espionagem dos EUA. No entanto, múltiplos meios de comunicação social estadunidenses dizem que as novas acusações representam vários problemas face à Primeira Emenda da Constituição, levantando a preocupação de que as acusações se tornem um precedente perigoso para os jornalistas.

As queixas incluem uma de conspiração para a aquisição de informação da defesa nacional, três de obtenção de informação de defesa nacional e 13 de divulgação de informação de defesa nacional. Assange, nascido na Austrália, enfrentará uma pena de prisão de até 10 anos por cada uma das acusações, caso seja condenado.

O governo estadunidense nunca processou com sucesso um oficial não-governamental por publicar ou partilhar ilegalmente informação classificada, segundo Geoffrey Stone, professor de direito na Universidade de Chicago à NBC News.

“Isto é uma loucura. É o final do jornalismo de segurança nacional e da primeira emenda”, twitou a WikiLeaks.

Os documentos secretos que Assange publicou foram providenciados por Chelsea Manning, ex-analista de inteligência do exército norte-americano, condenada em um tribunal marcial em 2013 a 35 anos de prisão. Porém, saiu em liberdade em 2017, apenas meses depois, após receber amnistia por parte de Barack Obama. Manning divulgou 700,000 ficheiros militares, incluindo um vídeo e missivas diplomáticas para a WikiLeaks, sendo a maior fuga de informação classificada na história dos EUA.

Assange foi sentenciado a 50 semanas na prisão a 2 de maio após ter sido expulso da embaixada do Ecuador em Londres, onde viveu por quase 7 anos. Ele disse na altura que não consentia com a extradição para os EUA devido a acusações relacionadas com a divulgação de segredos governamentais.

De acordo com a imprensa americana, citando os procuradores como fontes, as bases de dados do WikiLeaks contêm aproximadamente 90,000 artigos significativos relacionados com a guerra no Afeganistão; 400,000 relacionados com a guerra no Iraque; 800 artigos sobre os prisioneiros da Baía de Guantánamo e 250,000 missivas do Departamento de Estado.

(Web editor: Juliano Ma, editor)

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