Opinião: Adam Smith está chorando silenciosamente

Fonte: Diário do Povo Online    04.06.2019 15h56

Se o desenvolvimento dos EUA é um milagre, então uma das fontes do milagre é Adam Smith e a sua “Riqueza das Nações”. A busca de um mercado livre fez com que os EUA se destacassem no processo histórico da formação de um mercado global e da divisão internacional de força laboral. A insistência na competição justa sempre foi um valor pelo qual os EUA se sentiram orgulhosos.

Mas hoje, alguns políticos nos EUA parecem ter esquecido isso, ou qual o caminho certo para o desenvolvimento da economia mundial. Eles estão desesperados para bloquear a passagem de outros intervenientes, atribuindo prioridade à busca de interesses egocêntricos. A chamada “mão invisível” do mercado está sendo comprometida pela “mão hegemônica” de Washington.

Os comentários de 4 de junho na rábula “Badalar dos Sinos” do Diário do Povo abordam esta situação.

O Diário do Povo salienta a importância de Adam Smith para demonstrar a significância da divisão laboral, mas tal não parece fazer sentido para alguns políticos americanos. Os oficiais da inteligência americana frequentemente especulam sobre os riscos de fazer negócio na China. Os departamentos do governo estadunidense estão perseguindo e bloqueando empresas chinesas em nome da “segurança nacional”, e pressionam até aliados a restringir as empresas chinesas. O conceito de liberdade pertence ao passado, e o valor da competição justa deixou de existir. As profundas mudanças nos perfis dos políticos estadunidenses destruíram por completo a sua imagem de “justiceiros da competição justa”.

Mesmo alguma imprensa americana não pode mais aguentar isto. Em resposta aos comentários absurdos do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, que afirma que a entrega de informação ao PCCh constitui um risco, a imprensa americana relatou que o governo dos EUA não pode provar que as empresas chinesas “roubam tecnologia americana e efetuam atos de espionagem”. Já o escândalo “PRISM”, expôs o fato de que o governo americano invade a privacidade dos seus cidadãos.

A tentativa de supressão de empresas chinesas de alta tecnologia por parte de Washington é também um espelho. Ela revela a hipocrisia de alguns políticos americanos: o liberalismo comercial consiste em exercer a liberdade para os outros e deixar que os outros não tenham escolha. A chamada “competição justa” apenas ocorre com base numa postura egocêntrica. O unilateralismo prevalece, o protecionismo é apregoado, e o credo da liberdade e abertura é abalroado.

O Diário do Povo destacou nos comentários que o princípio de competição justa no mercado livre é, no caso de alguns políticos americanos, uma demonstração de “co-ordenação, não conformidade e abandono”. Na década de 1980, o Japão esmagou o Acordo Plazza e a empresa energética francesa Alston caiu na “armadilha americana” do uso dos tribunais. ….

O que este comunicado pretende esclarecer é que, se os ancestrais americanos pudessem testemunhar o atual cenário, com certeza ficariam desiludidos. Quando as políticas de um país são comandadas por uma ideologia de confronto e soma zero, as fundações para participar na divisão industrial do trabalho desaparecem. Os EUA não se tratam mais de um garante da ordem global, mas antes de um comprometedor desta.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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