A ministra da Cultura portuguesa, Graça Fonseca, concedeu uma entrevista à imprensa em Beijing
A chegada do Dia Nacional de Portugal, a 10 de junho, assinala o início do “Festival da Cultura Portuguesa na China”, com diversas atividades comemorativas da cultura portuguesa a terem lugar nos próximos dias.
Aproveitando as efemérides dos 40 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre a República Portuguesa e a República Popular da China, bem com os 20 anos do retorno da administração de Macau à China, a embaixada portuguesa em Beijing organizou diversos eventos celebrativos da cultura portuguesa e do intercâmbio luso-chinês.
A ocasião ganhou especial relevo este ano com a deslocação a Beijing da ministra da Cultura de Portugal, Graça Fonseca, que irá comparecer a algumas das atividades e reunir-se com diversas autoridades chinesas.
Enquanto país interveniente na iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, Portugal, nas palavras da ministra da Cultura, estabeleceu com a China, aquando da visita do presidente Xi e da sua comitiva a Portugal, a cultura como “uma das áreas que se definiu estratégica”.
A ideia, refere, “é aproveitar esta rota”, que é também eixo de ligação entre os dois países, “para colocar cada vez mais os nossos artistas e as nossas estruturas culturais na rota para a China”.
Companhia Nacional de Bailado, Teatro Nacional de São Carlos e a orquestra, foram alguns dos exemplos mencionados por Graça Fonseca como estandartes da cultura portuguesa a rumar a terras chinesas, “em rotas programadas e calendarizadas”.
A tradução de obras de escritores portugueses para a língua chinesa deverá também ser uma das lacunas a suprir de agora em diante.
“Diria que 2019 é o ano ‘zero’. Naturalmente as relações vêm de trás, mas é o ano ‘zero’ nesta perspetiva de ter sido muito marcante a presença [do presidente chinês] em Portugal em 2018 e o lançamento deste festival cultural dos 40 anos de relações diplomáticas com a china e 20 anos do retorno de Macau”.
A escolha do Dia de Portugal para a visita a China, esclarece a ministra, não foi mera coincidência: “Tem uma enorme carga simbólica, como é evidente”.
“Esta semana é muito simbólica, precisamente porque (…) celebramos hoje a língua e a cultura portuguesa e queremos que a cultura e a língua portuguesa sejam cada vez mais, no fundo, aquilo que nos faz ligar a outros povos e a outros territórios”.
“Também é um pouco o que Camões e este dia representam. Nunca fomos um país ou um povo isolado, fomos sempre abertos ao mundo e as trocas culturais que existem fazem parte do nosso DNA”, assevera.
Para a ministra a “diplomacia cultural é a melhor forma que temos de apoiar e promover os artistas criadores” e, neste sentido, a China afigura-se como “um mercado extraordinário”.
Entre as personalidades que se deslocaram à China para atuar no programa do festival estão a maestrina Joana Carneiro, que irá dirigir a orquestra sinfónica nacional da China, e a soprano Elisabete Matos. Ambas irão atuar na cerimónia do Dia de Portugal, no Auditório de Concertos de Beijing (Beijing Concert Hall).
O Festival da Cultura Portuguesa na China irá contar com os seguintes eventos e exposições:
Cerimónia do Dia de Portugal no Auditório de Concertos de Beijing (Beijing Concert Hall);
Exposição “Histórias da Torre do Tombo/Chapas Sínicas”, na Biblioteca Nacional de Beijing;
Exposição “A Evolução do Azulejo em Portugal dos Séculos XVI ao XX”, no Museu do Palácio Imperial;
II Fórum Literário Portugal-China, no Museu Nacional de Literatura Moderna Chinesa;
Entrega dos Prémios Tomás Pereira aos melhores alunos de língua portuguesa a frequentar universidades chinesas.