Uma câmara se move ao longo de um trilho instalado no forro do telhado de uma fazenda de criação de porcos escaneando e coletando importantes informações sobre os animais.
Trata-se de um sistema inteligente de criação pecuária numa fazenda de suínos, a Jingqishen Organic Agriculture Co., Ltd. (JOA), no distrito de Fusong da Província de Jilin, no nordeste da China.
As câmaras de inspeção podem recolher informações como o tempo de criação dos porcos, peso e condição de prevenção epidêmica, segundo Zhang Yuanzheng, vice-gerente-geral da JOA.
Os aparelhos também detectam o nível de nitrogênio no abrigo para indicar quando limpar as fezes, acabando com os trabalhos desnecessários. No passado, um criador administrava cerca de 200 porcos. Atualmente, o número quadruplicou, disse Zhang.
"Os dados podem ajudar os pesquisadores a ajustar a fórmula de nutrição para os suínos, melhorando a qualidade da carne suína", acrescentou.
Zhang disse que a aplicação do sistema contribui para economizar milhões de yuans para a companhia. O sistema é fruto da colaboração entre JOA e o JD Digits, que também testa o reconhecimento facial nas fazendas de suínos desde 2017.
A China cria o maior número de suínos no mundo com a região nordeste sendo uma importante base de suinocultura, representando 6% do total mundial.
As grande fazendas como a de JOA podem produzir 200 mil suínos por ano e a companhia estima que 12 milhões de yuans (US$ 1,74 milhão) podem ser economizados por ano devido à aplicação da tecnologia inteligente.
Nos últimos anos, muitos gigantes chineses de tecnologia investiram em tecnologias para tornar a agricultura mais inteligente e aumentar a renda dos agricultores tradicionais.
A empresa Alibaba anunciou seu programa Cérebro Agrícola ET no ano passado, que pode registrar digitalmente os detalhes de produção para ajudar a regular o processo e impulsionar a qualidade e capacidade produtiva.
A gigante da internet Tencent está co-organizando o Desafio Autônomo de Estufa deste ano, que explora como a inteligência artificial (IA) pode produzir vegetais em estufa de maneira mais eficiente e efetiva.
O mercado de agricultura inteligente da China pode chegar a US$ 26,8 bilhões em 2020, ante os US$ 13,7 bilhões em 2015, alcançando uma taxa composta anual de 14,3%, segundo um relatório de 2017 pela Huawei X Labs.
"Atualmente, o mercado de criação suína é dominado por agricultores menores com modelos de produção extensiva", disse Zhang Shumin, um pesquisador na Academia de Ciências Agrícolas de Jilin, acrescentando que a tecnologia de IA representa um custo mais alto e é mais apropriada para as grandes fazendas.
"É uma tendência", disse Zhang, "Mas nós ainda temos que focar nos casos específicos para sua aplicação."