Brasília, 12 ago (Xinhua) -- O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília entrou nesta segunda-feira com uma ação civil pública na Justiça Federal para barrar a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
A ação defende que o governo brasileiro observe critérios para a escolha de embaixadores de fora da carreira diplomática, como reconhecido mérito em atividades diplomáticas, relevantes serviços diplomáticos prestados ao país e pelo menos três anos de experiência de atividades nesse sentido.
No caso da pessoa indicada para uma embaixada não cumprir tais requisitos, o MPF quer que a Justiça revogue ou suste qualquer tipo de trâmite de nomeação neste sentido, segundo informa o comunicado publicado pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF).
O pedido do MPF ocorre depois que o presidente brasileiro Jair Bolsonaro anunciou a intenção de nomear seu filho Eduardo, de 35 anos, como embaixador em Washington.
Na sexta-feira passada, o governo norte-americano formalizou o aval para a indicação de Eduardo Bolsonaro, razão pela qual se espera que o presidente indique formalmente seu nome ao Congresso nos próximos dias.
Em seguida, Eduardo Bolsonaro deverá ser submetido a uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que deverá aprovar ou não sua indicação para o cargo, o que tem gerado uma grande polêmica no Brasil.
Na última sexta-feira, o partido Cidadania entrou com uma ação na Suprema Corte para impedir a nomeação de Eduardo Bolsonaro como embaixador em Washington, alegando caso de nepotismo.
A embaixada brasileira nos Estados Unidos está acéfala desde abril, quando o governo decidiu transferir o então embaixador Sergio Amaral para um escritório de representação da Chancelaria em São Paulo.