Budapest, 11 set (Xinhua) -- "Os EUA precisam da Huawei mais do que a Huawei precisa dos EUA". A frase foi dita nesta terça-feira por Andy Purdy, diretor de segurança da Huawei Technologies EUA. Ele acrescentou que o embargo de Washington imposto sobre seus produtos "prejudicará os EUA de maneira substancial".
O executivo apontou que cerca de 30% dos componentes dos produtos globais da Huawei são oriundos dos EUA e que, no ano passado, a Huawei gastou US$ 11 bilhões comprando tecnologias e componentes de cerca de 130 empresas norte-americanas.
Sem as compras da Huawei, essas empresas fracassarão, o que pode afetar 40 mil postos de emprego nos EUA, alertou Purdy em uma entrevista coletiva realizada à margem da Telecom World 2019 da União Internacional de Telecomunicações (UIT).
O governo dos EUA anunciou em maio que "proibiria transações que apresentem um risco inaceitável" ao país, declarando emergência nacional sobre o que alegava serem ameaças tecnológicas e anunciou restrições sobre venda e transferência de tecnologias dos EUA para a Huawei.
No entanto, "todas essas tecnologias já passaram por liberação para mostrar que não danificam a segurança dos EUA, e por isso podem ser compradas e vendidas por nós em todo o mundo", disse Purdy.
Além disso, aproximadamente 40 operadoras de telecomunicações rurais nos EUA e dezenas de milhares de residentes rurais não ficariam contentes se não pudessem mais usar equipamentos da Huawei, que comprovadamente são seguros e têm preços competitivos, acrescentou Purdy.
Enquanto isso, a Huawei tem sido incrivelmente bem-sucedida mesmo sem avanço significativo no mercado estadunidense, destacou o executivo, acrescentando que a companhia espera ter uma conversa com os EUA e pede por "confiança através da verificação".
Não há evidências de qualquer irregularidade cometida pela empresa, disse ele, afirmando que "bloquear a Huawei não tornará os EUA mais seguros".
Devido à sofisticação dos invasores maliciosos no espaço cibernético e sua capacidade de invadir virtualmente equipamentos de qualquer pessoa, a comunidade móvel precisa de padrões objetivos e transparentes em relação à questão da segurança, salientou Purdy.
Quanto aos componentes proibidos de serem comprados dos EUA, Yang Chaobin, presidente da Linha de Produtos 5G da Huawei, disse que a companhia começou a estabelecer um mecanismo de continuidade comercial 10 anos atrás.
"A Huawei tem um princípio, ou seja, para qualquer componente de nossos produtos, não dependeremos de nenhum fornecedor ou país único", disse Yang.