Por Zhuo Nan, traduzido por Beatriz Cunha
Daryl Morey, gerente geral do Houston Rockets, um famoso clube de basquetebol masculino dos EUA, postou no dia 5 uma foto em seu twitter, cujo conteúdo era "lutar pela liberdade, ficar do lado de Hong Kong", com objetivo de apoiar os manifestantes radicais da cidade. Criticado fortemente por fãs chineses, Morey acabou por apagar a foto e, em substituição, publicou uma imagem de Tóquio.
Embora Tilman Fertitta, o proprietário da equipe, tenha prontamente afirmado que a opinião de Morey não representava a opinião da equipe Houston Rockets, na qualidade do gerente geral da equipe, Morey deveria estar consciente das implicações associadas ao seu estatuto aquando da manifestação pública da sua opinião.
Os fãs chineses deixaram, um após outro, mensagens nas redes sociais, apelando à demissão de Morey. Durante os últimos anos, o Houston Rockets tem gerado uma receita considerável proveniente dos torcedores chineses e do grande mercado do país, sendo o próprio Morey um dos beneficiários. Esta conjuntura pesou também na hora dos fãs demonstraram seu desagrado.
Nos Estados Unidos, Morey não é, de todo, um caso isolado. Há pouco tempo, visitei um show de NBA e fui recebido pelo diretor calorosamente. Não obstante de elogiar o potencial de mercado da China, não pareceu recetivo às aspirações dos fãs chineses. Não ficaria surpreendido se fizesse um comentário sobre Hong Kong semelhante a Morey.
Há três razões pelas quais Morey e demais pessoas apresentam opiniões tendenciosas sobre a situação atual de Hong Kong.
A opinião pública é parcial. Desde que o incidente aconteceu, a mídia principal no ocidente tem sido lida massivamente, defendendo a agressão violenta contra os policiais como uma atitude heróica. Em um grande número de imagens publicadas na mídia dos Estados Unidos, as publicações são muitas vezes radicalmente diferentes dos fatos: episódios sangrentos da polícia sendo sitiada são deliberadamente ignorados; situações em que a polícia é obrigada a recorrer a meios de emergência em legítima defesa são exacerbados, sendo que os planos da multidão perseguindo a polícia na rua são dificilmente encontrados; imagens multidão se ajoelhando em público foram tratadas com destaque; casos em que os motineiros jogam gasolina ou cocktails molotov na polícia são casos isolados, em contraste com o uso recorrende de gás lacrimogêneo pela polícia para dispersar os manifestantes. Estaremos perante uma cobertura imparcial?
Admirações preconceituosas. A cobertura seletiva dos meios de comunicação social é também predominante devido a uma posição social intrinsecamente instalada. Aos olhos de muitos americanos, o sistema ocidental é a melhor maneira de governar o país. Notícias parciais apologéticas desse modelo vão de encontro ao gosto desses leitores. No ambiente atual, é recorrente o uso do rótulo "Pró-Comunista" para fazer juízos de valor sobre a China. Não é, portanto, surpresa que alguns políticos americanos tenham rotulado a China de forma não escrupulosa, contribuindo para a formação de preconceitos sociais.
Hipocrisia. Quer seja em esportes, negócios ou círculos financeiros, muitos “Moreys” são motivados pelo lucro. Apregoam a democracia e a liberdade quando, na verdade, servem o capital. Por conseguinte, não poupam esforços quando se trata de intimidar ou chantagear ao sabor dos ventos mais convenientes. Desde o começo da disputa comercial entre a China e os EUA, os grandes líderes de negócios dos EUA que fizeram fortuna na China uniram-se aos políticos para tirar o melhor partido da "teoria do déficit americano".
Hong Kong é uma parte integrante da China. No Filme "Eu e a Minha Pátria", a Bandeira vermelha de cinco estrelas foi erguida às 0:00 do dia 1 de julho de 1997, levando centenas de milhões de telespectadores às lágrimas e trazendo alento aos descendentes de chineses que atravessaram dificuldades. A China nunca permitirá que nenhuma força externa desafie a política "um país, dois sistemas" e ponha em causa a soberania e independência nacionais. Morey foi bem claro no aproveitamento do mercado chinês, tal como o foi ao ultrapassar os limites referentes à soberania do povo chinês sobre seu território.