Beijing, 14 out (Xinhua) -- A iminente segunda Exposição Internacional de Importação da China (CIIE, em inglês) cria novas chances para os países latino-americanos obterem participação no crescente mercado chinês, disseram exportadores e estudiosos da região.
A CIIE fornece um local ideal para exportadores globais interessados em fazer comércio com a China, oferecendo uma oportunidade valiosa para países como o Chile conhecerem mais sobre a China e saberem em quais produtos os consumidores chineses se interessam, disse o economista chileno Manuel Agosin.
A relação comercial com a China é extraordinariamente importante para o Chile, e quanto mais empresas chinesas conhecem os produtos chilenos disponíveis, melhor, disse Agosin.
Nos últimos anos, o Chile registrou um crescimento decisivo em certos setores produtivos, como a mineração de cobre e a fruticultura, e muito disso "se deve às suas exportações para a China", afirmou Agosin.
Pão de queijo, o café da manhã e lanches favoritos do Brasil, agora está disponível nas cafeterias chinesas, graças à primeira CIIE em Shanghai no ano passado.
Em maio, a Forno de Minas, fabricante líder de pão de queijo do Brasil, enviou seu primeiro contêiner de 10 toneladas de pão de queijo para a China, abastecendo lanchonetes em Shanghai. Dois meses depois, fez um segundo embarque para a China com 18 toneladas de pão de queijo em julho.
"Estamos orgulhosos de entrar no mercado chinês", disse à Xinhua Gabriela Cioba, gerente de comércio exterior da Forno de Minas.
A empresa já exportou pão de queijo para 17 países antes de decidir mirar o mercado chinês em 2018 participando da CIIE.
Eventos como a CIIE são cruciais para os exportadores, disse Cioba.
Ao mesmo tempo, os países da América Latina disputam atrair mais turistas chineses, já que o país asiático agora possui a principal fonte mundial de turismo ao exterior.
O vice-ministro de Turismo do Uruguai, Benjamín Liberoff, disse que o país está se preparando para se promover como destino turístico na segunda CIIE a ser realizada em Shanghai em novembro.
"O Uruguai está enviando uma delegação para lá", disse Liberoff.
Para El Salvador, que estabeleceu laços diplomáticos com a China no ano passado, houve um crescimento robusto de suas exportações para a China, com o café no topo da lista.
Desde que os dois países estabeleceram laços diplomáticos em 21 de agosto de 2018, a China vem desenvolvendo ativamente o relacionamento com base no respeito mútuo, benefício compartilhado, igualdade e não intervenção nos assuntos internos um do outro, disse o embaixador da China em El Salvador, Ou Jianhong.
Em agosto, os primeiros lotes de café salvadorenho embarcaram para a China por meio de exportação direta.
A China atribuiu grande importância à cooperação agrícola com El Salvador no desenvolvimento de laços bilaterais, disse Ou.
Ou disse esperar que os empresários salvadorenhos possam aproveitar a oportunidade da segunda CIIE, para apresentar melhor seus produtos e serviços aos compradores chineses.
A cooperação China-América Latina, construída com base na igualdade, tem sido benéfica para ambos os lados e útil para impulsionar o multilateralismo, afirmou o economista argentino e especialista em China, Gonzalo Tordini.
"Nossa região dá importância estratégica ao relacionamento com a China, o que é demonstrado pelos acordos que a maioria dos países latino-americanos alcançaram com a China", afirmou o especialista durante entrevista à Xinhua.
"O relacionamento se desenvolveu não apenas no nível de investimento e comércio, mas também nos campos da cultura, esportes, educação, turismo, ciência e tecnologia", disse Tordini, chefe de assuntos educacionais do Centro Latino-Americano de Estudos Políticos e Econômicos da China.
A China se tornou o segundo maior parceiro comercial da América Latina, uma das regiões com o mais rápido crescimento em exportações para a China. O comércio bilateral aumentou 18,9% ano a ano, atingindo US$ 307,4 bilhões em 2018, de acordo com os dados oficiais da China.