China urge EUA a não transformar vistos em armas

Fonte: Diário do Povo Online    24.10.2019 09h18

O Ministério das Relações Exteriores confirmou na quarta-feira que a ausência da delegação chinesa no Congresso Astronáutico Internacional em Washington se deveu a problemas relacionados com a emissão vistos, urgindo os EUA a não transformar os vistos em “armas” de obstrução à cooperação internacional.

Os EUA não emitiram vistos para a delegação a tempo, informou Hua Chunying, porta-voz do ministério, durante uma coletiva de imprensa, acrescentando que em julho, a China havia apresentado aos EUA a lista de participantes, tendo as entrevistas para emissão de vistos ocorrido na embaixada estadunidense a 12 de outubro.

No entanto o líder da delegação não tinha ainda o seu visto à data do início do congresso, declarou Hua. “Isto fez com que a delegação chinesa fosse incapaz de participar na abertura do Congresso Astronáutico Internacional”, disse.

Várias outras delegações chinesas também não receberam vistos, acrescentou.

A China sempre valorizou a cooperação multilateral na exploração espacial, participando ativamente na conferência anualmente, afirmou a porta-voz.

Os participantes de um encontro plenário no congresso interrogaram-se sobre a ausência da Agência Espacial Chinesa, exigindo uma explicação.

Na cerimônia de abertura, o vice-presidente Mike Pence declarou que o seu país iria apenas “trabalhar junto de países com ideais similares, nações que amam a liberdade, à medida que lideramos a humanidade à última fronteira”.

Os seus comentários politizados despoletaram aversão junto da audiência, tendo 200 pessoas da comunidade astronáutica dos EUA assinado uma carta contra Pence, alegando que a exclusão é contrária à missão do congresso de promover a colaboração global.

O problema de vistos enfrentado pela delegação chinesa é apenas “a ponta do iceberg”, disse Hua.

Há já algum tempo, prosseguiu, os EUA têm vindo a negar vistos, atrasando o processo de candidaturas e revogando vistos de longa duração para acadêmicos, estudantes, empreendedores e cientistas da China, chegando até a procurar e assediar tais indivíduos.

Tais atitudes comprometem o intercâmbio de pessoas entre a China e os EUA e infringem a segurança, direitos e interesses legais dos chineses envolvidos, asseverou.

Os EUA repetidamente descartam suas obrigações internacionais e perturbam a normalidade dos intercâmbios com o mundo, disse Hua, apelando a Washington para refletir e corrigir seus erros.

(Web editor: Renato Lu, editor)

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