Por Li Xiaoxiao, Zhu Dongjun, Zhang Yuannan, Diário do Povo
Embora a China e o Brasil sejam distantes, os laços econômicos e comerciais bilaterais têm aproximado as duas nações. Nos últimos anos, o comércio sino-brasileiro tem vindo a ser constantemente aprofundado, produzindo resultados frutíferos.
A China mantém-se como principal parceiro comercial do Brasil e maior destino das suas exportações há 10 anos consecutivos. O volume de comércio bilateral entre os dois países quebrou em 2018 a barreira dos 100 bilhões de dólares. O comércio pragmático entre as duas nações beneficia os povos dos dois países.
Trabalhadores da SEMP TCL fazem a montage de uma televisão, em Manaus. (Foto: Li Xiaoxiao)
Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que visitou a China por 5 vezes, afirmou: “A economia chinesa tem mantido um crescimento econômico estável e rápido. De cada vez que se vai lá é possível sentir uma grande mudança. O desenvolvimento trouxe um melhoramento significativo para os padrões de vida da população e o Brasil tem de agarrar as oportunidades trazidas por esse mesmo crescimento”.
O Brasil é o maior exportador do mundo de carne de vaca e frango. Nos últimos anos, as exportações de carne brasileira têm sido notáveis. A indústria atribui a forte demanda ao mercado chinês, o principal motor desse desempenho. As estatísticas revelam que nos primeiros sete meses deste ano, o volume total de carne de vaca brasileira exportada aumentou em 20% em termos anuais, impelida principalmente pelo mercado chinês. De modo a reforçar os laços com o país asiático, a ABPA estabeleceu um escritório representativo em Beijing.
“Eu acabei de ter um bebê e planejo comprar uma casa grande”, confessa Caucate aos repórteres. Há três anos atrás, devido ao fraco desempenho econômico Caucate, que havia acabado de se aposentar do exércio, enfrentava problemas para encontrar trabalho. Após várias reviravoltas, foi contratado no centro manufatureiro da SEMP TCL, em Manaus, no norte do Brasil.
A SEMP, uma fabricante conhecida de produtos eletrônicos no Brasil, juntamente com a chinesa TCL, investiu 200 milhões de reais para estabelecer uma joint-venture. A TCL exportou para o Brasil tecnologias de ponta e equipamentos, como um sistema automático de inspeção ótica em 3D, um serviço de rede em nuvem para gestão de dados de TV, entre outros. A capacidade de produção anual do centro de manufatura de Manaus aumentou de 1 milhão de unidades para 3 milhões.
“Trabalhar com empresas chinesas melhorou em grande medida o nível da indústria brasileira”, afirma Paulo Sandrini, líder do centro, informando que ali se produzem televisões inteligentes de tela larga e ultrafina. O volume de vendas destes produtos superou os 20%. “Com o investimento contínuo em investigação e novos produtos, as marcas chinesas irão se tornar mais competitivas”.
Nos últimos anos, a estrutura do investimento chinês no Brasil tem vindo continuamente a ser otimizada, e o escopo gradualmente a ser expandido. Estatísticas do Ministério Brasileiro da Fazenda refletem que as empresas alvo de investimento chinês no Brasil, inicialmente centradas nos setores agrícola e de minas, incluem agora as telecomunicações e energia.
Trabalhadores constroem torres elétricas no estado do Pará. (Foto: State Grid Brazil Holding)
A segunda fase da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Brasil, foi ganha pela State Grid Brazil Honding em julho de 2015, tendo a seu cargo a construção de uma linha elétrica de alta tesão cuja construção arrancou formalmente em agosto de 2017. A extensão total é de 2,538km, partindo do norte até ao sul do país, ao longo de 5 estados e 81 cidades. Desde a região da Amazônia no norte, ao sudeste do país, região economicamente mais próspera, a infraestrutura auxilia no consumo elétrico da indústria, agricultura e no consumo doméstico. Durante a construção da segunda fase do projeto, a China tem contribuído com sua experiência e tecnologias, sendo estas reconhecidas e adotadas no Brasil.
A 25 de outubro deste ano, os chefes de Estado da China e Brasil assistiram à assinatura de um acordo para avançar para a segunda fase do projeto de transmissão energética de Belo Horizonte, no Grande Salão do Povo, em Beijing, assinalando a operação comercial oficial do projeto.
O 11º encontro dos líderes do BRICS terá lugar em Brasília, a capital brasileira. O secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, Marcos Troyjo afirmou que o encontro de líderes do BRICS é uma excelente oportunidade para o Brasil aprofundar a cooperação com a China no âmbito negocial, de investimento e finanças.