Estudantes da parte continental da China superaram os seus congêneres de países e regiões mais avançados em leitura, ciência e matemática, de acordo com novos resultados publicados na terça-feira por parte de um estudo de educação global.
O mais recente Programa de Avaliação Internacional de Estudantes, realizado a cada 3 anos pela Organização para Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE), averiguou que os estudantes de 15 anos de Beijing, Shanghai e das províncias de Jiangsu e Zhejiang ficaram em primeiro lugar em três disciplinas nucleares, atingindo o nível 4, o mais alto da classificação.
A eles seguiram-se estudantes de Singapura, Macau e Hong Kong. O teste OCDE PISA 2018 testou cerca de 600,000 estudantes de 15 anos em 79 países e regiões.
Os estudantes dos EUA classificaram-se com o nível 3 em leitura e ciências e com o nível 2 para matemática, enquanto que seus homólogos do Reino Unido classificaram-se com o nível 3 em todas as disciplinas.
Os estudantes da parte continental participaram pela primeira vez em 2009, quando estudantes de Shanghai atingiram o topo da classificação.
A cidade conseguiu também o primeiro posto da classificação no teste de 2012. Mas em 2015 os rankings caíram para 10º lugar.
Angel Gurria, secretário-geral da OCDE, disse que o desempenho das quatro regiões da parte continental da China eram notáveis, tendo em consideração que os níveis de rendimento locais se situam abaixo da média da OCDE.
As quatro províncias e municípios chineses não representam todo o país, mas o tamanho de cada um é comparável a um país típico da OCDE, sendo que combinados têm uma população de mais de 180 milhões, disse.
No entanto, o relatório revela que existe ainda um longo caminho para melhorar em outras áreas.
Os estudantes da China continental passaram 31,8 horas em média na sala de aula, situando-se em 4º lugar entre 79 países e regiões. A eficiência de aprendizagem destes estudantes foi de 44º,46º e 54º para leitura, matemática e ciências, respetivamente, sendo que a satisfação no processo de aprendizagem ficou apenas em 61º.
Xin Tao, professor da Universidade Normal de Beijing, disse que, embora a China tenha atingido bons resultados no último teste PISA, as quatro regiões da parte continental da China não refletem o nível médio de educação, pois existe ainda discrepância entre as regiões rurais e urbanas.
“O país deve continuar a aumentar o seu investimento na melhoria de infraestruturas nas escolas rurais, e encorajar mais graduados a ensinar nas regiões rurais”, disse.