Brasília, 18 dez (Xinhua) -- O ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou na quarta-feira as medidas de controle do gasto público impulsionadas no primeiro ano de governo do presidente Jair Bolsonaro, ao fazer um balanço da economia do país em 2019.
Em entrevista coletiva na sede do ministério, em Brasília, Guedes se mostrou otimista sobre a evolução da economia e disse que as reformas estruturais para equilibrar as contas públicas estão começando a dar seus frutos.
Destacou que a aprovação da reforma da Previdência levou a uma redução das taxas de juros da dívida pública, o segundo gasto mais importante do governo.
"A primeira torre que derrubamos foi a da Previdência Social, que era uma fábrica de privilégios insustentáveis", afirmou.
O ministro ressaltou também a devolução de fundos por parte dos bancos públicos ao Tesouro e a privatização de subsidiárias estatais como fatores que ajudaram a reduzir os gastos de juros e a manter o crescimento da dívida pública sob controle.
"Nossa segunda torre é o gasto na dívida pública. Vamos sanear os bancos públicos, devolvendo (ao Tesouro) a dívida que têm com a União", assegurou.
Segundo Guedes, a terceira área na qual se define o controle do gasto público é a redução da lista de funcionários públicos.
Ao não substituir aqueles que se aposentaram ou abandonam seus cargos, o governo reduziu o número de funcionários federais de 640.000 em janeiro para os atuais 610.000, além de promover o congelamento salarial.
"A terceira torre é o gasto com funcionários públicos. Nos últimos 15 ou 16 anos, os funcionários tiveram em média, reajustes de 50% acima da inflação, com pensões generosas. Temos um shutdown (paralisia dos serviços públicos) à brasileira. Em vez de deixar de pagar a todos, simplesmente não lhes demos aumento. Está no pacto federal", destacou.
De acordo com o ministro, a economia brasileira crescerá pelo menos 2% em 2020.
"O PIB (Produto Interno Bruto) crescerá pelo menos 2% no próximo ano. É uma estimativa conservadora de nossa parte. Acreditamos que a economia crescerá pelo menos o dobro do registrado este ano. Se 2019 fechar com (um crescimento de) 1,2%, crescerá 2,4% em 2020", explicou Guedes.
Para o ministro, o crescimento da economia brasileira em cerca de 1% em 2019 não foi uma surpresa, apesar de que a projeção do mercado financeiro divulgada no início do ano era de uma expansão de 2,5%.
Segundo Guedes, as expectativas só começaram a se ajustar depois da aprovação da reforma da Previdência, em outubro.
Destacou ainda que a aprovação da reforma era essencial para que as taxas de juros a longo prazo baixassem, o que, segundo o ministro, vai se traduzir em juros mais baixos para os próximos anos.