Um robô faz uma bebida no Campus Changyang no distrito de Yangpu, em Shanghai, leste da China, em 21 de junho de 2019.
Beijing, 22 dez (Xinhua) -- Se perguntarem aos moradores de cabelo grisalho do lar de idosos Yinheyuan, no centro de Beijing, o que sabem sobre a inteligência artificial (IA), eles provavelmente farão a pergunta aos alto-falantes inteligentes perto deles.
Estes alto-falantes inteligentes, capazes de interagir com os usuários por meio de tecnologias de reconhecimento de voz, são também parte da resposta. Mediante um comando de voz, os moradores idosos podem controlar as luzes, os televisores e outros aparelhos eletrodomésticos, pedir alimentos ou chamar ajuda.
A IA já não é um termo técnico usado exclusivamente por profissionais na China. Tanto os jovens como os adultos estão desfrutando dos benefícios da crescente economia inteligente.
Logo depois do computador pessoal, a internet fixa e a internet móvel, o enfoque de crescimento da economia digital da China está mudando para as tecnologias inteligentes, como a IA, disse o presidente e gerente-geral da Baidu, Robin Li, na Conferência Mundial de Internet, em outubro.
Na era da economia inteligente, Li previu uma menor dependência nos celulares e uma crescente popularidade de outros dispositivos inteligentes. Os chips de IA e os serviços de computação na nuvem, entre outros, vão se tornar a nova infraestrutura digital, enquanto as empresas inovadoras florescerão com o transporte, a saúde, a educação e outros setores se tornando inteligentes.
Os dispositivos portáteis, os eletrodomésticos inteligentes, a condução autônoma e as cidades inteligentes estão entre as áreas de mais rápido crescimento na economia inteligente.
A China é o maior mercado de alto-falantes inteligentes do mundo, representando 36% das remessas globais no terceiro trimestre de 2019, de acordo com a empresa de mercados globais Strategy Analytics. Em um estudo de julho e agosto, ela descobriu que 63% dos chineses sem um alto-falante inteligente planejavam comprar um no próximo ano. Outros 22% planejavam fazer a compra mais tarde.
As companhias chinesas estão intensificando o investimento em 5G, IA e Internet das coisas para ganhar presença na área emergente. Até o final de junho, a China contava com mais de 1.200 empresas relacionadas com a IA, de acordo com o Ministério de Indústria e Informatização.
A Baidu lançou sua plataforma aberta de condução autônoma Apollo em 2017 para coordenar os esforços entre diferentes setores nesta área. Lançou diversos veículos L4 de condução autônoma em associação com as companhias de automóveis líderes, e agora uma frota de robotáxis acionada pelo Apollo está passando por testes de operação em Changsha, centro da China.
Alimentar uma economia inteligente está também na agenda do governo. A China aprovou uma diretriz para impulsionar a integração da IA e a economia real este ano e planeja construir 20 zonas piloto de desenvolvimento inovador da IA até 2023.
O setor de IA do país deve valer mais de 160 bilhões de yuans (US$ 22,83 bilhões) em 2020, impulsionando os setores relacionados para superar 1 trilhão de yuans, disse Lin Nianxiu, subdirector da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, citando dados industriais.
Lin assinalou que a China focará em 100 empresas dedicadas a tecnologias de IA e aplicações pertinentes, melhorará o ecossistema industrial, facilitará a integração profunda da IA e a economia real e intensificará sua colaboração internacional em tecnologias de IA, padrões, indústrias, leis e regulações e ética.