Hong Kong, 9 jan (Xinhua) -- O governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK) da China reiterou na quinta-feira que as legislaturas estrangeiras não devem interferir de nenhuma forma nos assuntos internos da RAEHK.
Um porta-voz do governo da RAEHK fez as observações em um comunicado em resposta a um relatório do Congresso dos EUA, que fez acusações infundadas sobre direitos humanos e liberdades em Hong Kong e que instou o governo norte-americano a recorrer à chamada Lei de Direitos Humanos e Democracia de Hong Kong 2019.
O ato é injustificado, intervém nos assuntos internos da RAEHK e prejudica as relações e interesses comuns entre a RAEHK e os Estados Unidos, disse o porta-voz.
Desde o retorno de Hong Kong à pátria, a RAEHK vem exercendo "a população de Hong Kong governa Hong Kong" e um alto grau de autonomia em estrita conformidade com a Lei Básica da RAEHK, disse o porta-voz.
"O governo da RAEHK atribui grande importância aos direitos humanos e liberdades e está determinado a salvaguardá-los."
O porta-voz disse que "qualquer sugestão para a 'independência de Hong Kong' é uma violação flagrante da Lei Básica e uma provocação direta à soberania nacional, segurança e integridade territorial da China".
Acrescentou que é consagrado na Lei Básica como objetivo final o sufrágio universal para selecionar o chefe do Executivo da RAEHK e eleger todos os membros do Conselho Legislativo.
De fato, o governo da RAEHK avançou o desenvolvimento constitucional de acordo com a lei entre 2013 e 2015 e apresentou uma proposta praticável para selecionar o chefe do Executivo por sufrágio universal. No entanto, a proposta foi vetada por alguns membros do Conselho Legislativo que afirmaram lutar pela democracia, disse o porta-voz.
Em relação ao projeto de emenda 2019 da Lei dos Ofensores Fugitivos e Assistência Jurídica Mútua em Casos Criminais, o porta-voz disse que é incorreto o relatório dos EUA afirmar que o projeto de lei, já retirado, "capacitaria o chefe do Executivo a tomar decisões sobre disposições de fugitivos caso a caso".
"De acordo com o projeto de lei agora retirado, o chefe do Executivo não poderia passar por cima do tribunal para entregar um fugitivo a qualquer parte solicitante".
Infelizmente, de junho de 2019 até agora, muitas manifestações públicas, procissões e reuniões públicas em Hong Kong terminaram em confrontos violentos e ilegais, incluindo bloqueio imprudente de ruas, arremesso de coquetéis molotov e tijolos, incêndios criminosos, vandalismo, incêndios propositais em lojas e no metrô e espancamento de pessoas com opiniões diferentes, observou o porta-voz.
A polícia tem orientações prudentes e rigorosas para o uso da força e só usará a força apropriada quando for necessário, disse o porta-voz, acrescentando que, se os membros do público expressassem seus pontos de vista de maneira pacífica e racional, não haveria necessidade do uso da força pela polícia.