Por Li Jie, versão ultramarina do Diário do Povo
“Em 5 dias foi estabelecida uma linha de produção de máscaras”, “em 3 dias saíram as plantas dos novos hospitais, em 7 dias produziram-se os equipamentos e em 10 dias os produtos”. “A investigação e desenvolvimento relacionados com a luta da epidemia obtiveram êxito em 55 horas”. Recentemente, as notícias cobre a produção de materiais de prevenção e controle de epidemias na China não param de fazer capas de jornal. Contudo, o que a maioria das pessoas desconhece, é que tais títulos proveem das indústrias petroquímica, automotora, maquinaria, entre outros setores de produção menos “óbvios”.
Perante a escassez de materiais, como máscaras, roupas protetoras, desinfetante, etc, muitas grandes empresas da China criaram propositadamente linhas de produção especiais para dar resposta à demanda destes bens. Adaptação da produção no curto prazo, investigação e desenvolvimento, produção rápida - tudo isto é, não só um reflexo dos esforços incessantes que o tecido empresarial chinês tem envidado, mas também uma vantagem oferecida pela versatilidade e competência em todo o sistema industrial do país.
“Eu tenho tecido isolante, quem tem uma máquina de fazer máscaras?”
Na tarde de 6 de fevereiro, a conta oficial da Sinopec no Weibo e a conta oficial da Easy-Pec no WeChat publicaram avisos de busca de cooperação para a produção de máscaras. Em pouco tempo, o telefone do responsável foi inundado de chamadas de interessados em cooperar.
Até às 12h de 7 de fevereiro, a Sinopec havia completado 11 linhas de produção de máscaras junto com seus novos parceiros, estando prestes a instalar novos equipamentos. Segundo estimativas preliminares, até 29 de fevereiro, as mudanças no processo de produção deverão permitir a produção de 600.000 unidades diárias, e em 10 de março a produção poderá ascender a 1 milhão.
As linhas de produção originais parecem estar demasiado dissociadas da indústria médica, como é o caso da indústria automotora. Como se consegue então esta transição?
Segundo apurou o nosso jornalista, muitas das empresas que alteraram a produção dependem de parcerias externas para fornecer os materiais em falta. Muitas empresas anunciaram recentemente as alterações de produção, porém os preparativos já haviam começado durante o Festival da Primavera.
Empresas renomadas, como a automotora BYD, começaram também a produção de máscaras através de linhas de produção e remodelação para o efeito. Após a adaptação e instalação de equipamentos, a marca espera alcançar até ao final de fevereiro uma capacidade de produção diária de 5 milhões de máscaras.
Outra área chave para a prevenção e controle de epidemias são as vestes protetoras, cuja oferta é limitadas. Devido ao produto poder apenas ser usado depois de 7 a 14 dias de esterilização após a sua produção, as empresas estão tentando recorrer à esterilização via radiação, a qual encurta consideravelmente o processo, comparativamente ao método usual, com óxido de etileno.
Ou Xiaoli, diretor do Departamento de Desenvolvimento Social da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da China, disse recentemente que, com a pressão imposta nos processos de produção, a demanda de materiais médicos é difícil de satisfazer, especialmente máscaras, pelo que a importância dos esforços que têm vindo a ser feitos na adaptação da cadeia industrial é fundamental. O governo do país irá também atribuir os apoios necessários para agilizar todo o processo.