Beijing, 22 fev (Xinhua) -- Pesquisadores chineses publicaram o primeiro relatório patológico sobre a doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19), no qual analisaram seu impacto nos pulmões, fígado e coração de um paciente, através da biópsia de amostras da autópsia.
As amostras foram coletadas de malhas do pulmão, fígado e coração do corpo de um homem de 50 anos, que foi hospitalizado em 21 de janeiro e morreu 14 dias depois, segundo um relatório de caso publicado pela revista The Lancet.
O paciente ingressou em uma clínica por conta de uma febre, com sintomas de resfriado, febre, tosse, fadiga e insuficiência respiratória, e recebeu terapia com oxigênio, assim como antivirais com interferon alfa-2b e lopinavir plus ritonavir, assinalou o relatório da equipe de pesquisa do 5º Centro Médico do Hospital Geral do Exército de Libertação Popular da China.
As amostras do pulmão evidenciaram que o paciente sofreu de síndrome aguda de insuficiência respiratória (ARDS), com características patológicas muito semelhantes às infecções do coronavírus da SARS e da MERS, de acordo com o relatório.
A malha do fígado mostrou moderada esteatose microvascular e moderada atividade lobular, mas não houve evidências que provassem que a lesão no fígado fosse causada pela COVID-19 ou pelos medicamentos, mencionou.
Não houve mudanças histológicas evidentes na malha do coração, mostrando que a doença possivelmente não danifique diretamente o coração dos pacientes infectados, indicou.
O relatório acredita em que a linfopênia, uma característica comum em pacientes com a COVID-19, poderia ser um fator crítico associado com a severidade e a mortalidade da doença.
Também sugeriu que o uso oportuno e apropriado de corticosteróides, juntamente com o suporte de ventilação, fosse considerado para pacientes graves, a fim de impedir o desenvolvimento de ARDS.
Essas descobertas podem fornecer novas pistas sobre a patogênese da COVID-19, o que pode contribuir para melhorar as estratégias terapêuticas para pacientes graves semelhantes e reduzir a mortalidade, afirmou o estudo.